Formadores dos seminários portugueses reúnem para discutir desafios da formação sacerdotal

Iniciativa via zoom decorre entre 31 de agosto e 1 de setembro

Capacidade de comunicação, maturidade humana, formação cultural e espiritualidade bem fundamentada e atualizada na linguagem são algumas das características que os candidatos ao sacerdócio católico devem ter, de modo a poderem desempenhar cabalmente a sua tarefa.
A identificação daquelas características é um dos desafios que se colocam aos formadores dos seminários em Portugal, que nos próximos dias 31 de agosto e 01 de setembro realizam o seu encontro anual, via Zoom devido à pandemia de covid-19, subordinado ao tema “Formar para a Fraternidade Sacerdotal”.
“Os principais desafios que se colocam aos formadores dos seminários andam sempre ligados ao fundamento da vocação presbiteral que é o seguimento de Jesus e a configuração com Ele, tendo em vista uma eficiente missão de O servir na e a partir da Igreja, e tendo sempre presente a atualidade do mundo”, informou à agência Lusa, por escrito, o secretário da Comissão Episcopal Vocações e Ministérios (CEMV), padre António Jorge.
Com a “tendência da presença de seminaristas nos Seminários Maiores” – com as etapas formativas próximas da Ordenação – a não a ter oscilações de relevo nos últimos anos, “observando-se o equilíbrio”, existe atualmente “uma média de 200 seminaristas maiores em Portugal, para além de um grande número de adolescentes e jovens que são acompanhados em pré-seminário ou no seminário em família”, adiantou.
Sublinhando que “a questão numérica não é a que mais preside à formação, mas a questão de um bom acolhimento no discernimento da vocação e um bom processo formativo”, o secretário da CEMV explicou que quanto a seminários existentes em Portugal (com percursos propedêuticos, pré-seminários, seminários menores e maiores), “cada diocese possui o seu, de modo que perfazem 20 instituições de acolhimento para o sacerdócio (20 dioceses)”.
“Se nos referimos a ‘casas’ e concretamente a Seminários Maiores, com as etapas formativas próximas da Ordenação”, funcionam o Seminário dos Olivais (Lisboa), Seminário Maior do Porto, Seminário Conciliar de Braga, Seminário Interdiocesano de São José (em Braga), Seminário Maior de Évora, Seminário Maior de Angra do Heroísmo e Seminário Maior de Setúbal, além dos três Seminários “Redemptoris Mater”, do Movimento Caminho Neocatecumenal, e que, embora com estatuto diocesano, recebem alunos de várias partes do mundo. São três e estão nas dioceses de Lisboa, Porto e Beja.
Os formadores dos seminários são, também, frequentemente confrontados com a chegada de candidatos ao sacerdócio já em idade adulta. As normas fundamentais da Igreja para a formação dos futuros padres (Ratio Fundamentalis Institutionis Sacerdotalis, n.º 24) considera mesmo que “aqueles que descobrem o chamamento ao sacerdócio ministerial em idade mais avançada, normalmente apresentam-se com uma personalidade mais estruturada e um percurso de vida caracterizado por experiências diversificadas”.
Neste contexto, é exigido “um prévio caminho espiritual e eclesial, durante o qual se possa desenvolver um sério discernimento das motivações vocacionais, avaliando todo o percurso humano e de conversão cristã, tendo em vista as sérias responsabilidades ministeriais futuras”.
Nestes casos, as conferências episcopais devem providenciar “acompanhamento formativo pedagogicamente adequado a esta idade”.
Questionado sobre o papel dos formadores dos seminários na prevenção de potenciais casos problemáticos em termos de abusos sexuais e sobre a recomendação da própria Conferência Episcopal Portuguesa à existência do “máximo cuidado” a ter “com a seleção do pessoal para o serviço dos menores; na seleção dos candidatos ao sacerdócio e à vida consagrada e na formação dos mesmos, com recurso à elaboração da história do candidato conjugada com o apoio das ciências médicas e psicológicas”, o secretário da CEVM assegurou que “os seminários incluem, hoje, a cooperação complementar de pessoas/técnicos especializados no acompanhamento psicopedagógico, com uma dupla missão: a de diagnosticar e a de promover a pessoa humana, para o crescimento seja em que direção vocacional for”.
“Cabe aos Seminários Maiores promover a formação daqueles aspirantes ou candidatos que garantam uma formação com a maturidade que se requer para o acompanhamento das comunidades, em todas as dimensões da pastoral”, incluindo aquela vertente.
(Com Lusa)
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