“Grande solidão” entre reclusos reclama medidas “proativas”

Presidente da Comissão Episcopal do Laicado e Família sublinha diálogo com Direção-Geral de Reinserção para retomar assistência espiritual nos estabelecimentos prisionais

O presidente da Comissão Episcopal do Laicado e Família (CELF) disse hoje ter indicações da Direção Geral de Reinserção e Serviços Prisionais de que a assistência espiritual dentro dos estabelecimentos vai ser retomada, no respeito pelas normas da Direção-Geral de Saúde.

“Colocamos a possibilidade de que cada recluso, que tem direito a ter acesso a 10 contactos telefónicos, possa acrescentar o contacto do capelão e assistente espiritual”, explicou D. Joaquim Mendes à Agência ECCLESIA.

Em horários a definir, será ainda estabelecida a possibilidade de, “no parlatório”, com “máscaras e acrílico”, os capelães e assistentes espirituais poderem entrar nos estabelecimentos prisionais, cujos concelhos não estejam abrangidos pelo confinamento obrigatório em vigor.

É o caso do estabelecimento prisional de Angra onde as visitas ainda são possíveis ainda que limitadas e com muitas restrições. Atualmente o grupo de voluntários católicos que participa nestas visitas, ao sábado, altura em que é celebrada uma eucaristia, está restringida a “quatro ou cinco voluntários e a 15 reclusos”, adianta Fernanda Evangelho ao sítio Igreja Açores.

“Na primeira fase, em que houve confinamento, não pudemos ir ao estabelecimento prisional; agora já conseguimos ir aos sábados, mas sempre com muitas restrições quer no numero de voluntários quer no numero de participantes nas nossas assembleias” refere esta voluntária da pastoral penitenciária nos Açores.

“Estamos com eles, mas é claro que não está funcionar como era antes e isso afecta-os e afecta-nos a nós”, refere.

“Está a ser muito difícil. Vemos a agitação deles, a ansiedade. Se é difícil para nós imagine o que é para eles que estão em reclusão e só podem estar com a família meia hora por semana” refere ainda sublinhando que se compreende a situação mas que “isso não torna as coisas mais fáceis”.

Para além da saúde fisica há que cuidar da saúde mental, adianta ainda a voluntária.

Nos Açores, nos três estabelecimentos prisionais- Angra, Horta e Ponta Delgada- a situação é diferente da do continente e para já os estabelecimentos prisionais, ainda que tenham regras mais severas nos contactos com o exterior, permitem-se  visitas.

“Hoje mesmo estive no estabelecimento em Angra com o grupo de reclusas a quem levei um bolo. É um grupo pequeno e por isso é mais fácil” refere ainda Fernanda Evangelho.

(Com Ecclesia)

 

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