“Humanidade tem necessidade conversão pessoal e comunitária”, diz Bispo de Angra

Diocese destina renuncia quaresmal às vitimas dos incêndios de 2017 nas dioceses de Viseu e Portalegre- Castelo Branco

O bispo de Angra publicou a sua Mensagem da Quaresma 2018, na qual aponta a um “itinerário de conversão” nas comunidades católicas e na sociedade.

“Convido todas as pessoas de boa vontade, que se interrogam sobre o sentido da vida e aqueles que sentem a necessidade de uma mudança pessoal, cultural e social a deixarem-se conduzir pela força do Espirito Santo que atua em todos os corações que com retidão procuram os valores que só poderão vir de Deus”, escreve D. João Lavrador.

O prelado reclama “uma conversão de critérios, de valores, de opções, dos centros de interesse, das linhas de pensamento, das fontes inspiradoras e dos modelos de vida da humanidade”, que contrastam com “a dignidade humana mais profunda e transcendente”.

O  bispo de Angra apresenta exemplos que não são “estranhos a ninguém”: “Os ataques à vida, à dignidade pessoal, o flagelo da guerra e dos exilados, a exclusão social, cultural e religiosa, a miséria e o analfabetismo, as desigualdades sociais gritantes, a mentira reinante e a injustiça que impera”.

‘Convertei-vos e acreditai no Evangelho’ é o tema da mensagem para a Quaresma 2018.

D.João Lavrador convida todos os cristãos a “viverem profundamente” este tempo assumindo “o itinerário litúrgico e as etapas de crescimento” na conversão que ele proporciona.

Aos padres no Arquipélago dos Açores é pedido também que cuidem das celebrações litúrgicas e de tempos de oração comunitária para que exista “uma valorização deste tempo”, que elaborarem catequeses para “ajudar a aprofundar a vivência da fé e a iluminar a dinâmica da conversão pessoal e comunitária”.

D.João Lavrador lembra a todos que se a celebração pascal é importante como “a vivência do mais fundamental da vida cristã” é-lhe correspondido um período de preparação que “merece o máximo interesse e o máximo cuidado”.

“A Quaresma, em todas as suas exigências e ações, revela-se como um tempo favorável para a edificação de uma pessoa nova que só se alcançará pelo esforço pessoal, sem dúvida, mas sobretudo pela comunhão de vida com Cristo”, desenvolve o bispo de Angra.

O responsável informa que a renúncia quaresmal este ano destina-se a ajudar “na recuperação das vidas, casas e demais haveres” das vítimas dos incêndios nas Dioceses de Portalegre – Castelo Branco e Viseu.

“Exortamos ao generoso contributo de todos”, apela.

No dia 15 de outubro, 45 pessoas morreram devido às chamas, outras 70 ficaram feridas, numas 24 horas em que se registaram cerca de 400 de focos de incêndio, 33 dos quais de grandes dimensões.

Lousã, Seia, Gouveia, Penacova, Santa Comba Dão, Tondela, Oliveira do Hospital e Monção foram algumas das localidades mais afetadas.

O programa da Diocese de Angra para a Quaresma começa no dia 18 de fevereiro, e inclui “a proposta de um itinerário quaresmal familiar e pessoal”.

O tempo de Quaresma, que começa com a celebração de Cinzas (14 de fevereiro em 2018), é um período marcado por apelos ao jejum, partilha e penitência, que serve de preparação para a Páscoa, a principal festa do calendário cristão.

Neste contexto, surge a renúncia quaresmal, prática em que os fiéis abdicam da compra de bens adquiridos habitualmente noutras épocas do ano, reservando o dinheiro para finalidades especificadas pelo bispo da sua diocese.

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