Igreja açoriana debate redes sociais com especialistas e sociedade civil

Profissionais da comunicação social, pais, catequistas e educadores em geral são convidados a participar na V Jornada Diocesana de Comunicação que se realiza no Seminário em Angra a 24 e 25 de outubro

Como utilizar as redes sociais numa perspetiva cristã, que promova o verdadeiro encontro, é o ponto de partida para uma reflexão de dois dias, proposta pela igreja açoriana a profissionais da comunicação social, às famílias e agentes de pastoral em geral, numa iniciativa que tem lugar no Seminário Episcopal de Angra, a 24 e 25 de outubro, a partir das 20h30.

A V Jornada Diocesana de Comunicação intitulada “Redes Sociais: Itinerários para o encontro” reúne especialistas na área das tecnologias, da comunicação e são abertas ao público em geral.

“As redes sociais são um tema que interessa ser aprofundado porque, na verdade, hoje todos estamos na rede mas comunicamos pouco, podemos estar na rede mas falamos pouco uns com os outros” avançou ao Igreja Açores o Diretor do Serviço Diocesano das Comunicações Sociais, Cónego Ricardo Henriques, serviço dinamizador desta iniciativa.

O sacerdote, que é também o porta-voz da diocese, lembra que ao mesmo tempo que aproxima a “rede provoca uma profunda solidão” nas pessoas e “é tempo” de percebermos que caminhos, dentro da rede, “a Igreja pode oferecer”.

O Cónego Ricardo Henriques lembra, por outro lado, que a Igreja sempre esteve presente nos media e que hoje mais importante do que a propriedade de meios próprios é a existência de jornalistas que tenham uma leitura cristã da realidade. O sacerdote lembra que a rede ajudou a democratizar o acesso à informação mas por vezes a informação que circula não é a mais adequada. Por isso, avança, é “preciso que aqueles que têm fé e estejam na comunicação, sobretudo nas redes, se exprimam e vençam o negativismo com que por vezes se veem as coisas”.

“A comunicação entre as pessoas também supõe que se olhem olhos nos olhos e sintam a necessidade do encontro com o outro” lembra invocando a “escola de Jesus”.

“Durante três anos quem acompanhou Jesus esteve na melhor escola de comunicação. É este sentido de rede humana que temos de trazer para o digital” refere o sacerdote.

“Hoje, quando discutimos estes assuntos, é bom que não nos fiquemos apenas pela parte tecnológica mas aproveitemos para usar a rede em benficio da aproximação das pessoas”, avançou ainda.

“As redes sociais devem abrir-nos para a experiência do encontro humano. Este lado é fundamental; as pessoas constroem-se neste valor. Nós consideramos que tem de haver encontro e esta reflexão é fundamental dentro da igreja independentemente de sermos comunicadores ou não”.

“Há um sentido de pertença que precisamos de redimensionar nas nossas vidas e isto também é necessário na rede” refere ainda.

“A rede introduz-nos num ritmo alucinante do dia, mas nós temos de equacionar se este é o caminho para o verdadeiro encontro com os outros”, diz, reforçando que estas jornadas “são muito viradas para os agentes de pastoral”.

A entrevista com o diretor do Serviço Diocesano da Pastoral das Comunicações Sociais pode ser ouvida na íntegra aqui no sitio Igreja Açores.

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