Igreja da Ribeira chã classificada como imóvel de interesse público

Monumento conta com um interior recheado de obras de artistas açorianos

A igreja açoriana de São José da Ribeira Chã, na Lagoa, na ilha de São Miguel, foi classificada como bem imóvel de interesse público, foi hoje divulgado.
Em comunicado, a secretaria regional da Cultura, Ciência e Transição Digital explica que o edifício, um dos principais monumentos daquela freguesia, é da autoria do arquiteto açoriano Eduardo Read Henriques Teixeira, destacando-se ” pela sua implantação isolada no terreno”.
“Apresenta uma volumetria pura e assimétrica, em consonância com a estética modernista”, incorporando “materiais locais, como a pedra de basalto”, explica uma nota divulgada hoje pelo Governo Regional.
“É uma decisão muito oportuna. e que recebemos como uma boa notícia no ano em que a Igreja está justamente a celebrar São José, santo a que esta Igreja está dedicada” referiu ao Igreja Açores o pároco, padre João Furtado.
O processo de classificação começou por altura do cinquentenário, em 2017, e esta classificação agora vem a”abrir outras possibilidades”.
A Ribeira Chã possui um  Centro Social e Paroquial com muitas valências e que, do ponto de vista cultural é muito ativo. Além do Quintal Etnográfico, possui um Museu agrícola, um Museu de Arte Sacra e etnográfica e “já existem projectos para a sua dinamização mal esta pandemia o permita”, adiantou ainda o padre João Furtado.
“Esta classificação vem permitir, quem sabe, que a Igreja passe a fazer parte de um roteiro turístico neste local”, esclarece ao sublinhar a parceria entre a Igreja e a autarquia, que agora se estende também ao Governo Regional.
“Esta classificação vai fazer com que tenhamos outra atenção sobre as questões de preservação e conservação do património, isto é, há regras que têm de ser observadas mas o facto de ser património regional também obrigará a um maior cuidado e atenção das próprias autoridades regionais e isso só pode ser bom para todos”.
Segundo a secretaria regional da Cultura, Ciência e Transição Digital, que acaba de classificar a igreja como imóvel de interesse público, através da Direção Regional da Cultura, a Resolução do Conselho do Governo datada de 09 de julho, especifica “as delimitações da área a classificar e a respetiva zona de proteção de 50 metros”.
O documento especifica ainda “a legislação aplicável, respeitante ao regime jurídico de inventariação, classificação, proteção e valorização dos bens culturais da Região Autónoma dos Açores”.
A igreja, cuja construção se deveu aos esforços desenvolvidos pelo padre Flores, foi iniciada em 1962 e a cerimónia de dedicação foi presidida pelo bispo D. Manuel Afonso de Carvalho, a 1 de maio de 1967. Esta Igreja veio substituir a pequena Ermida de São José, que havia sido construída no mesmo local no ano de 1853, que se encontrava em elevado estado de degradação devido aos sismos.
O templo contempla ainda um painel de mosaicos na Capela-mor da autoria do pintor micaelense Tomás Borba Vieira e o sacrário da autoria do escultor Álvaro França. Existe, também, na Igreja, uma imagem de São José que foi oferecida pelos emigrantes, da autoria do escultor portuense Manuel Thedim.
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