Investigador lança livro sobre as imagens de vestir da Procissão dos Terceiros

Tradição Franciscana mantém-se viva na Ribeira Grande e sairá novamente no primeiro domingo da Quaresma

O investigador do Centro de Humanidades da Universidade dos Açores, Duarte Nuno Chaves, lança no dia 29 de fevereiro o livro “As imagens de vestir da Procissão dos Terceiros: Um legado patrimonial franciscano em S. Miguel, Açores Séculos XVII a XXI”, uma segunda edição  da obra agora pelas Letras Lavadas, que decorrerá no Museu Vivo do Franciscanismo, na Ribeira Grande.

O investigador e professor convidado da Universidade dos Açores tem se dedicado ao estudo da presença franciscana nos Açores desde o povoamento até ao século XIX, altura em que a ordem foi expulsa, permanecendo apenas representantes da ordem Terceira que é a ordem secular dos Franciscanos, com particular expressão na ilha Terceira, onde ainda existem muitas fraternidades.

“O livro vai ser editado no mesmo contexto de 2018, embora a nossa preocupação agora seja a de tentar chegar a um publico mais diversificado”, avançou ao Igreja Açores Duarte Nuno Chaves.

“Trata-se de um livro de História, que conta a memória da Ordem Secular franciscana, a Ordem Terceira no arquipélago” esclarece ainda o autor sublinhando que “Os santos de vestir são uma tradição do fransciscanismo, intimamente ligada às procissões penitenciais da Quaresma”. Na Ribeira Grande esta procissão faz-se ininterruptamente desde o século XVII embora no último século tenha sido assumida pelas comunidades. No caso da Ribeira Grande, a procissão tem sido promovida pelos Irmãos de Misericórdia local que têm resgatado os elementos que compõem a procissão como as cruzes, por exemplo.

Com a criação do Museu Vivo do Franciscanismo, em 2013, as imagens foram entregues ao acervo do museu e estão expostas durante todo o ano. No primeiro domingo da Quaresma as 12 imagens são entregues aos irmãos da Misericordia que tratam delas e as levam na procissão. Fazem-no de forma encapuçada e com cruzes, elementos recuperados da memória de outros tempos.

“O património imaterial tem de ser vivenciado por todos; portanto se as comunidades querem retomar algumas tradições, nós investigadores temos de proporcionar a melhor informação possível”, refere Duarte Nuno Chaves ao destacar que o carisma das ordens mendicantes é justamente o da proximidade às populações e são elas que em conjunto vivem a sua espiritualidade de forma peculiar.

Depois do lançamento do livro, haverá igualmente a inauguração de uma exposição fotográfica “A Procissão dos Terceiros da Ribeira Grande: quatro décadas em retrospectiva fotográfica”.

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