JOÃO PAULO II: O PEREGRINO DE FÁTIMA

Futuro santo visitou santuário português por três ocasiões e quis a presença da imagem da capelinha em Roma, no jubileu de 2000.

O futuro santo João Paulo II é particularmente recordado em Portugal pela sua ligação a Fátima, reforçada pela intercessão a Nossa Senhora na recuperação do atentado de 1981 e pela beatificação dos pastorinhos Francisco e Jacinta, em 2000.

A Nota Pastoral da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) divulgada em 2011, aquando da beatificação do Papa polaco, Karol Wojtyla (1920-2005), sublinhava essa ligação.

“É considerado o Papa de Fátima, que um ano depois do atentado na Praça de São Pedro, em Roma, a 13 de maio de 1981, veio à Cova da Iria agradecer à Rainha da Paz o ter providencialmente sobrevivido”, assinalavam os bispos, a respeito de Wojtyla, eleito Papa em outubro de 1978.

João Paulo II esteve no Santuário de Fátima em 1982, 1991 e, pela última vez, em 2000, altura em que beatificou os videntes Francisco e Jacinta Marto.

Nessas três visitas, sempre no mês de maio, passou ainda por Braga, Coimbra, Lisboa, Porto, Vila Viçosa, Açores e Madeira, somando-se uma escala técnica no aeroporto de Lisboa (2 de março de 1983), a caminho da América Central.

A ida a Roma, em outubro 2000, da imagem peregrina de Nossa Senhora de Fátima da Capelinha das Aparições, no Jubileu dos Bispos, consagrando-lhe o terceiro milénio, confirma a particular ligação do Papa polaco com o santuário da Cova da Iria.

Simbolicamente, a bala que lhe atravessou o abdómen num dia 13 de maio repousa hoje na mesma imagem da Virgem.

João Paulo II sempre se mostrou seguro de que “uma mão maternal” guiou a trajetória da bala naquela tarde de 1981, no Vaticano.

Um ano depois, Karol Wojtyla chegava a Fátima para “agradecer à Divina Providência neste lugar que a mãe de Deus parece ter escolhido de modo tão particular”.

Em 2005, passados apenas 42 dias sobre a sua morte, o 13 de maio foi a data escolhida para que Bento XVI anunciasse o início imediato do processo de beatificação – dispensando o período de espera de cinco anos -, agora marcada para o próximo domingo, no Vaticano.

Qualificando a vida do Papa polaco como um “sinal de esperança”, o documento da CEP, em cinco pontos, afirmava que esta beatificação é “um chamamento e uma oferta que a Igreja faz a todos os homens e mulheres de boa vontade”.

A nota episcopal explica que “a beatificação de alguém é a celebração agradecida pela vida e testemunho cristãos de um homem ou de uma mulher, proclamando a sua virtude e oficializando o seu culto público”.

A CEP elencou “grandes traços da personalidade e da missão do Papa João Paulo II”, apresentado como um “homem de intensa vida interior” com uma “invulgar capacidade de comunicação pessoal, tanto diante das multidões, como em particular, atraindo magneticamente tantos jovens, entre os quais muitos que se afirmavam estar distantes da Igreja”.

A este respeito, cita-se um episódio acontecido a 15 de maio de 1982, em Coimbra, quando o Papa Wojtyla “não hesitou em pôr aos ombros a capa preta que um estudante lhe ofereceu e, no pátio da Universidade, gritou à multidão: «Olá, malta! O Papa conta convosco! Melhor, Cristo conta convosco!» ”.

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