Milhões de pessoas sem direito a comer, à educação, ao trabalho «são os novos escravos», afirmou o Papa

Francisco apelou à unidade e à «mesma dignidade» entre homens e mulheres

O Papa Francisco disse hoje na catequese da audiência pública de quarta-feira que “milhões de pessoas sem direito a comer, à educação, ao trabalho” são sinal de que  a “escravatura ainda existe hoje”.

“São os novos escravos, que estão na periferia, explorados por todos. Ainda hoje há escravidão, pensemos nisto”, afirmou o Papa na Sala Paulo VI, no Vaticano.

Francisco referiu-se às diferenças entre homens e mulheres para afirmou que “têm a mesma dignidade”, condenou expressões de desprezo ao género feminino, e observou que existe na história hoje uma “escravidão das mulheres”, “não tem as mesmas oportunidades que os homens”.

Na catequese sobre o tema ‘Somos filhos de Deus’, o Papa afirmou que “as diferenças e os contrastes” que criam separação “não deveriam existir”.

“As diferenças e os contrastes que criam separação não deveriam existir entre os fiéis em Cristo. Pelo contrário, a nossa vocação é tornar concreta e evidente o chamamento à unidade de toda a raça humana”, afirmou Francisco na Sala Paulo VI, no Vaticano.

Na audiência pública semanal desta quarta-feira o Papa continuou a desenvolver o ciclo dedicado à Carta de São Paulo aos Gálatas, onde o apóstolo afirma a profunda unidade que existe entre todos os batizados, qualquer que seja a sua condição.

“A nossa vocação é tornar concreta e evidente o chamamento à unidade de toda a raça humana. Tudo o que exacerba as diferenças entre as pessoas, muitas vezes causando discriminação, tudo isto, perante Deus, já não tem qualquer substância, graças à salvação realizada em Cristo”, desenvolveu.

O Papa definiu como audaciosas, chocantes e revolucionárias as afirmações de São Paulo, uma vez que pelo batismo, a filiação divina prevalece sobre as diferenças culturais, sociais e religiosas: “Não há judeu nem grego; não há escravo nem livre; não há homem nem mulher”.

‘Somos filhos de Deus’ foi o tema da catequese de hoje, e o Papa alertou que os cristãos dão, “frequentemente, por certa esta realidade de ser filhos de Deus”.

“Pelo contrário, é bom recordar sempre com gratidão o momento do nosso batismo, para viver com maior consciência o grande dom recebido”, acrescentou na catequese da audiência geral desta quarta-feira.

Francisco realçou a importância de saber a data de batismo e recordá-la todos os anos: “Se eu perguntasse quem sabe a data do batismo, creio que poucos levantariam a mão”, acrescentou, recomendando que os fiéis celebrem esta memória.

O Papa aos fiéis de língua portuguesa lembrou que o batismo foram “santificados no nome da Santíssima Trindade”: “Peçamos a graça de poder viver os nossos compromissos batismais como verdadeiros imitadores de Jesus, o Filho de Deus, guiados pelo Espírito Santo, para a glória do Pai. Obrigado”.

Francisco, nas saudações aos diversos grupos linguísticos, apelou para que na Etiópia seja o tempo da solidariedade, recordando a grave situação humanitária no país africano, e lembrou que Cuba celebra hoje a sua padroeira, Nossa Senhora da Caridade do Cobre, apresentando “novamente aos pés da Virgem a vida, os sonhos, as esperanças e dores do povo de Cuba”.

O pintor português Santiago Belacqua, natural de Vila Nova de Famalicão (Arquidiocese de Braga), esteve na audiência geral e entregou ao Papa Francisco um quadro da “Imaculada Conceição, Rainha de Portugal”.

(Com Ecclesia)

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