Natal – a esperança de um mundo mais fraterno

Pela Equipa do Serviço Diocesano da Pastoral Social

A vivência da quadra natalícia constitui um momento de reflexão importante sobre a vinda e o Nascimento de Jesus e as propostas de salvação que Ele nos deixou.

A própria sociedade, traduzindo em gesto de partilha e de solidariedade a Sua mensagem de Amor, está mais sensível e recetiva aos problemas e carências dos pobres e desfavorecidos, e colabora nos peditórios e campanhas de angariação de géneros que  nesta quadra são promovidos pelas mais diversas organizações humanitárias.

2- Perante estas ações, o Serviço Diocesano da Pastoral Social entendeu refletir e tornar pública a sua posição, baseada nos critérios do Evangelho, da Doutrina Social da Igreja e da Palavra do Papa Francisco que, ao longo do seu pontificado, tem manifestado uma doutrina coerente e apelativa, aceite pela comunidade das nações e pelos homens de boa vontade.

3- No passado dia 1 de dezembro, ao visitar o local onde, em 1.223, São Francisco de Assis fez a primeira representação do Presépio, o Papa assinou a carta apostólica Admirabile Signum (sinal admirável), sobre o significado e valor do Presépio, considerando o nascimento de Jesus, um “acontecimento único e extraordinário que mudou o curso da história”. E explicou:

“Nascendo no Presépio, o próprio Deus dá início à única verdadeira revolução que dá esperança e dignidade aos deserdados, aos marginalizados: a revolução do amor, a revolução da ternura. Do Presépio, com meiga força, Jesus proclama o apelo à partilha com os últimos, como estrada para um mundo mais humano e fraterno, onde ninguém seja excluído e marginalizado”.

O repto lançado pelo Papa, constitui um programa de ação para os cristãos.

4- Na quadra natalícia há uma maior sensibilidade e abertura à situação em que vive uma parte significativa da sociedade.

Nos Açores uma parte muito significativa da população vive abaixo ou mesmo no limiar da pobreza e os estudos revelam que o fosso entre os muitos que pouco têm agrava-se em relação aos poucos que mais possuem. Estes são dados indesmentíveis que devem levar as comunidades a envolverem-se na solução do problema.

Na mensagem para o III Dia Mundial dos Pobres, o Papa lança um apelo à mobilização de todos e previne a comunidade internacional de que “A condição de marginalização, em que vivem acabrunhadas milhões de pessoas, não poderá durar por muito tempo. O seu clamor aumenta e abraça a terra inteira.”(…)“A opção pelos últimos, por aqueles que a sociedade descarta e lança fora», (…)“é uma escolha prioritária que os discípulos de Cristo são chamados a abraçar para não trair a credibilidade da Igreja e dar uma esperança concreta a tantos indefesos.”

É que, ao contrário do que se possa pensar, a ação continuada da esmola não liberta os marginalizados, cuja condição o Papa Francisco define assim: “ os pobres não são números que invocamos para nos vangloriar de obras e projetos. Os pobres são pessoas a quem devemos encontrar: são jovens e idosos sozinhos que se hão de convidar a entrar em casa para partilhar a refeição; homens, mulheres e crianças que esperam uma palavra amiga.”

5- Daí o Santo Padre concluir que “Os pobres precisam das nossas mãos para se reerguer, dos nossos corações para sentir de novo o calor do afeto, da nossa presença para superar a solidão. Precisam simplesmente de amor…”

Esta ajuda só será bem sucedida se houver um trabalho programado, em rede e continuado, com a participação de instituições sociais, do voluntariado, a ajuda de proximidade e da própria vizinhança, que promova a autonomia e libertação de todas as formas de exclusão.

Para os que acreditam na Boa Nova do Evangelho, “Os pobres salvam-nos, porque nos permitem encontrar o rosto de Jesus Cristo.”

Equipa da Pastoral Social da Diocese de Angra

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