Nota Pastoral: “CREIO NA IGREJA”

A nossa é a fé da Igreja e na Igreja.

Estamos na parte final do Ano da Fé. Ora, a fé é dom, que recebemos através da Igreja. É um acto pessoal, na medida em que é uma escolha livre e voluntária. Mas é, ao mesmo tempo, um acto comunitário e eclesial: acreditamos como comunidade e na comunidade cristã. Portanto, não tem sentido afirmar: “eu cá tenho a minha fé”. A nossa é a fé da Igreja e na Igreja. É com esta fé e com renovado ardor missionário, que iniciamos o novo ano pastoral, no 1º Domingo de Outubro, mês das Missões.

 

Semana da Diocese

Com esta mesma fé da Igreja e na Igreja, vamos celebrar, a 3 de Novembro, o Dia da Diocese, com a feliz coincidência do aniversário da sua fundação (3 de Novembro de 1534). Seguir-se-á a Semana da Diocese, em que somos convidados a reavivar esta fé na Igreja e nesta Igreja Particular, que é a Diocese de Angra.

Cada um, de algum modo, crê juntamente com a Igreja e crê no que a Igreja acredita. “Esta é a fé da Igreja, que nos gloriamos de professar”, proclamamos na celebração dos Sacramentos do Baptismo e do Crisma. A Igreja não é apenas destinatária da Revelação; não vem depois da Revelação; faz parte da Revelação; é objecto da Revelação. Por isso, ao celebrarmos o Dia e a Semana da Diocese, queremos professar com toda a convicção: «Creio na Igreja». Nesta Igreja, dispersa pelas nove Ilhas, mas unida, na mesma fé e empenho missionário.

Expressão dessa comunhão é a programação possível, que intentamos e que este ano pastoral se concentra num maior empenhamento da Diocese na comunicação, nomeadamente com o lançamento do Gabinete de Informação, de um Portal digital e de um Semanário diocesano.

Como acontece, todos os anos, os ofertórios do fim-de-semana de 2 e 3 de Novembro destinam-se aos Serviços Centrais da Diocese. É uma expressão concreta de solidariedade, nesta hora de dificuldades para todos. O último ofertório do Dia da Diocese rendeu 12.378, 61 Euros.

Tenhamos também presente que o 1º de Novembro deixou de ser feriado nacional, mas a Igreja continua a celebrar, nesse dia, a Solenidade de Todos os Santos. Como é um dia normal de trabalho, isso vai dificultar a manutenção da linda tradição do “Pão por Deus”. Chamo a atenção das paróquias para esse facto. Convém que, em diálogo com as escolas, vejam qual é o melhor caminho a seguir. Nada impede que essa tradição, muito sentida e vivida nos Açores, passe para o Domingo seguinte. É só experimentar.

 

Semana dos Seminários

De 10 a 17 de Novembro, celebra-se, em todo o país, a Semana dos Seminários. Não deixaremos de assinalar, entre nós, essa ocorrência. Tanto mais que, em Novembro, encerramos as comemorações dos 150 anos de fundação do Seminário Episcopal de Angra. É um momento de acção de graças pelo que tem significado o nosso Seminário para a Diocese e para os Açores. Este ano entraram sete novos seminaristas, todos de S. Miguel. São ao todo 21. Rezemos pela sua perseverança e apoiemos o nosso Seminário em todos os sentidos.

Nessa Semana, os seminaristas visitarão algumas paróquias e terão iniciativas, envolvendo jovens. É a melhor Pastoral Vocacional, porque é feita através do testemunho.

 

Conselho Pastoral Diocesano

Na Solenidade de Cristo Rei (24 de Novembro) é o encerramento do Ano da Fé. Nesse fim-de-semana, realizaremos o Conselho Pastoral Diocesano (22-24 de Novembro), que congrega fiéis leigos, representantes das Ouvidorias, dos vários Grupos, Serviços e Movimentos.

É uma ocasião única de avaliação e de programação pastorais, que, desta vez, vai centrar-se: no balanço do Ano da Fé na Diocese; nas orientações pastorais para 2013/14, dominadas pelo tema: Comunicação Social e Nova Evangelização; e nas perspectivas futuras de empenho missionário, a partir, sobretudo, dos desafios, lançados continuamente pelo Papa Francisco.

Se, na Quinta-Feira Santa, o Papa tinha pedido aos sacerdotes para serem pastores «com o cheiro das ovelhas», a todos o baptizados Ele exorta a serem mensageiros e testemunhas da Boa Nova da salvação, em todas as periferias, não só geográficas ou sociológicas, mas também e, sobretudo, “existenciais” e culturais.

Diz textualmente o Papa Francisco: «Não compreendo as comunidades cristãs, que se fecham nas paróquias». E referindo-se à parábola da ovelha tresmalhada, adverte: «Digamos a verdade: hoje só temos uma ovelha (no rebanho); somos minoria. Urge sair e ir ao encontro das noventa e nove» (que estão fora do rebanho). Por todos os meios. Também melhorando e actualizando a nossa comunicação.

 

Comunicação ao serviço da «cultura do encontro»

É a proposta do Papa Francisco. Deve inspirar a aposta da Diocese na Pastoral da Comunicação, tendo presente as redes sociais, que dominam o mundo de hoje. Não se trata apenas de servir-se delas como instrumento de evangelização, mas também e, sobretudo, de entrar nessa cultura.

«O grande continente digital – adverte o Papa – não é simplesmente tecnologia, mas é formado por homens e mulheres reais, que trazem consigo aquilo que têm dentro, as suas esperanças, os seus sofrimentos, as suas ansiedades, a busca do verdadeiro, do belo e do bom (…). Assim, é importante saber dialogar, entrando com discernimento, também nos ambientes criados pelas novas tecnologias, nas redes sociais, para fazer emergir uma presença, uma presença que escuta, dialoga, encoraja. Não tenhais medo de ser esta presença, afirmando a vossa identidade cristã, ao fazer-vos cidadãos deste ambiente…». (Discurso à Assembleia Plenária do Pontifício Conselho para as Comunicações Sociais, 21 de Setembro de 2013).

Evangelizar é comunicar. E comunicar é fazer comunhão, criar comunidade. Fazer comunhão é comunicar. E não há comunidade, sem comunicar. São tudo palavras, com a mesma raiz: “pôr em comum”. Trata-se, pois, de «valorizar o potencial da comunicação, num mundo, cada vez mais conectado e em rede, a fim de que as pessoas estejam mais próximas umas das outras. (…).

«Uma Igreja, companheira de estrada, sabe pôr-se a caminho com todos. Há uma regra antiga dos peregrinos, que Santo Inácio adoptou (por isso é que a conheço). Diz ele, numa das suas regras, que o companheiro de um peregrino, que faz a estrada com o peregrino, deve caminhar com o passo do peregrino, nem ir mais adiante, nem ficar para trás. Com isto quero dizer – remata o Papa Francisco – urge uma Igreja companheira de estrada, que saiba pôr-se a caminho, como se caminha hoje» (Ibid.).

Mãos à obra, com o auxílio de Nossa Senhora do Rosário, que veneramos, de modo especial, neste mês de Outubro!

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