Ouvidor de Santa Maria destaca mobilização dos agentes pastorais da ilha para “abrir as portas a Maria”

Imagem Peregrina de Nossa Senhora de Fátima permanece em Vila do Porto entre 7 e 9 de janeiro

A Imagem Peregrina de Nossa Senhora de Fátima entra na diocese de Angra no próximo dia 7 de janeiro, a partir da ilha de Santa Maria e o ouvidor eclesiástico, Pe Vitor Arruda, destaca para já “o envolvimento e empenho” de todos na preparação da visita.

“Criámos uma comissão de receção à Imagem com uma equipa coordenadora que envolve um elemento de cada comunidade paroquial e numa ilha onde nunca se conseguiu reunir toda a gente ao mesmo tempo, tenho de destacar o facto de, por exemplo, termos conseguido juntar os seis grupos corais na celebração que dará as boas vindas à Imagem, que se realiza na Igreja Matriz de Vila do Porto”, disse ao Sítio Igreja Açores o sacerdote este sábado.

“Está tudo a correr bem e, embora não saiba qual será a adesão do povo a esta visita, porque como padre nunca vivi um momento assim, julgo que fizemos o nosso melhor envolvendo todos os responsáveis e sobretudo todas as comunidades e isso é um sinal de união que importa realçar desde já”, acrescentou o Pe Vitor Arruda, natural da Bretanha, na ilha de São Miguel há cinco anos a residir na ilha de Santa Maria.

A ilha, que foi consagrada a Nossa Senhora, possui a segunda igreja construída fora da diocese de Leiria-Fátima, dedicada a Nossa Senhora de Fátima.

Este templo foi erguido por iniciativa do padre Virgínio Lopes Tavares, quando pároco da freguesia de São Pedro, paróquia a que a igreja pertence. A autorização para a sua construção foi requerida a 11 de junho de 1924 e, a 18 de outubro de 1925, procedeu-se à bênção da primeira pedra, ato solene presidido pelo Ouvidor eclesiástico, padre Mariano do Nascimento Moura.

Segundo fontes históricas, em março de 1928 foi requerida a visita canónica, que decorreu no mês seguinte. A 1 de maio desse mesmo ano, a imagem da padroeira foi benzida na Matriz de Vila do Porto, sendo conduzida, em procissão, para a Igreja de São Pedro, de onde só saiu a 17 do mesmo mês devido ao mau tempo que se fazia sentir à época. Nesse dia 17, a ermida foi consagrada.

Em 13 de julho do mesmo ano, foi estudada a sugestão de António Lopes Tavares para a construção de uma escadaria que aludisse ao Santo Rosário, com 150 degraus representando cada um uma das contas do Rosário (uma “Ave Maria”) com dez patamares, representando cada um dos Mistérios do Terço (um “Pai Nosso”).

Aprovada a sugestão, abriu-se uma subscrição pública, para a qual concorreram 150 subscritores, cada um respondendo pelo custo de um dos degraus. O projeto foi de Álvaro Fernandes Serpa.

A 13 de outubro de 1929, colocava-se a primeira pedra, sendo a obra inaugurada a 11 de julho de 1933, quando do seu alto, foi concedida, pelo então Bispo de Angra, D. Guilherme Augusto Inácio de Cunha Guimarães, a Bênção Eucarística.

Em 1942 foi colocada na ermida uma lápide comemorativa do 25° aniversário das Aparições de Fátima (13 de maio de 1917).

Em 2007-2008 foi restaurada, assim como a imagem da Senhora, com recursos da comunidade.

A ilha de Santa Maria situa-se no extremo sudeste do arquipélago dos Açores, e integra o Grupo Oriental. Tem uma superfície de 97,4 km² e uma população residente de 5.500 habitantes, distribuída pelas cinco freguesias que compõem o concelho de Vila do Porto, o único da ilha.

Terá sido a primeira ilha dos Açores a ser avistada, por volta de 1427, pelo navegador português Diogo de Silves. Posteriormente, em Fevereiro de 1493, Cristóvão Colombo escalou na ilha no regresso da sua primeira viagem à América.

O principal pilar da economia da ilha é a actividade aeronáutica, com o Aeroporto de Santa Maria e o Centro de Controlo Aéreo do Atlântico, o qual administra a FIR Oceânica de Santa Maria, uma das maiores e mais importantes regiões de informação de voo do mundo, fazendo o controlo de toda a aviação no espaço aéreo do Atlântico Norte.

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