Pandemia “altera dinâmicas familiares” e sugere novas formas de acolhimento das famílias vulneráveis

Encontro da nova equipa diocesana da pastoral familiar permitiu reunião,  pela primeira vez e em simultâneo, de todos os responsáveis da família nas 17 ouvidorias

“Gratificante e desafiadora” foram as duas palavras encontradas pelo novo casal- Ana e Carlos Dias- responsável pelo Serviço Diocesano da Pastoral da Família e Laicado da diocese de Angra, que reuniu pela primeira vez, e em simultâneo, com os responsáveis da família nas 17 ouvidorias que compõem a diocese.

A reunião, feita em ambiente digital, permitiu “colar caras a nomes e a vozes” que já tinham partilhado telefonemas mas “ que nunca se tinham `encontrado´”, refere Ana Dias.

“A reunião teve participantes do Corvo ao Nordeste, com sacerdotes e leigos; nela participaram também o bispo diocesano, D. João Lavrador, o que foi muito importante e serviu para uma partilha de experiências durante a qual percebemos que, apesar das nossas próprias realidades de ilha e de paróquia, e até de família, enfrentamos muitos aspetos comuns”, referiu ainda Ana Dias.

“As partilhas foram muito significativas e enriquecedoras  e ajudaram-nos a todos. Por um lado, conseguimos perceber melhor a realidade de cada um e, por outro lado, tomámos consciência que, apesar de realidades diferentes, todos temos os mesmos desafios e dificuldades e conseguimos aprender uns com os outros”.

Em vésperas de um ano dedicado à família, que começa no dia 19 de março, este Serviço pretende que este ano seja uma oportunidade para dinamizar e chegar às famílias proporcionando-lhes uma melhor e mais aprofundada vivência espiritual.

“Todas as dinâmicas familiares estão a ser fortemente alteradas com a pandemia, alterando muitas rotinas e desafiando as famílias a novas aprendizagens de vida em comum” refere Ana Dias.

“Muitas famílias lidam com um caldeirão de frustrações de cada um dos seus membros e também com esta nova realidade do confinamento, tendo-se de desdobrar em mil e uma tarefas” esclarece ainda lembrando que, nalguns casos mesmo, há problemas económicos que se agravam e dificuldades que surgem com o desemprego.

“Temos de ser capazes de dar pão e amor, mas não só através das palavras. É preciso ir mais além” refere Ana Dias.

“O nosso maior desafio vai ser chegar às famílias mais frágeis e vulneráveis; teremos de trabalhar muito em conjunto, vários sectores da pastoral”, conclui.

No dia 19 de março, o Serviço desafia todas as paróquias a celebrar uma missa pela família em que as famílias sejam as grandes protagonistas.

“E não é só a família nuclear deve ser também a família alargada” refere. Para isso haverá, igualmente, o envio de uma mensagem que está a ser elaborada pelo assistente diocesano, padre Francisco Zanon, de forma a que todos “possamos assinalar este ano juntos e sintonizados”, acrescenta, por outro lado sublinhando que este serviço “estará muito atento às famílias concretas”.

“Como sabemos o modelo de família alterou-se; nós não abdicamos do nosso mas temos, como diz o Papa Francisco, de acolher todos, atendendo à situação concreta da famílias e às famílias reais”.

Depois de um período de organização do serviço, que procurou integrar-se e crescer territorialmente com as duas iniciativas Açores 17 e Açores 165, criando casais de ligação em cada uma das paróquias, em cada ouvidoria e depois na ligação ao Serviço Diocesano, agora o tempo passa pela dinamização de iniciativas conjuntas que permitam um conforto espiritual aproveitando os dinamismos da família nos Açores.

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