Papa assinala Solenidade da Imaculada Conceição

Francisco diz que exemplo de Maria mostra projeto de Deus para humanidade «livre do pecado».

O Papa assinalou hoje no Vaticano a celebração da solenidade litúrgica da Imaculada Conceição de Maria, “preservada do pecado original”, e disse que este dia recorda o projeto de Deus para humanidade “livre do pecado”.

 

“Também nós, desde sempre, fomos escolhidos por Deus para viver uma vida santa, livre do pecado. É um projeto de amor que Deus renova sempre que nós aproximamos dele, especialmente nos Sacramentos”, disse Francisco, perante dezenas de milhares de pessoas reunidas na Praça de São Pedro para a oração do ângelus.

 

O Papa abordou a dimensão teológica do dogma católico, segundo o qual Maria nasceu sem o pecado original, “isto é, da fratura na comunhão com Deus, com os outros e com a criação que fere em profundidade cada ser humano”.

 

“Esta fratura foi curada, em antecipação, na mãe daquele [Jesus] que veio libertar-nos da escravidão do pecado: a Imaculada está inscrita no desígnio de Deus, é fruto do amor de Deus que salva o mundo”, precisou.

 

Francisco recordou que o Evangelho segundo São Lucas apresenta Maria como uma jovem de Nazaré, “pequena localidade da Galileia, na periferia do império romano e também na periferia de Israel, um pequeno país”.

 

“Contudo, pousou sobre ela o olhar do Senhor, que a escolheu para ser mãe do seu Filho”, sublinhou.

 

O Papa convidou os presentes a repetirem a expressão “cheia de graça” que o Evangelho coloca na boca do anjo Gabriel, ao saudar Maria.

 

“Quando o anjo a chama ‘cheia de graça’, ela sente-se muito perturbada, porque na sua humildade se sente um nada diante de Deus”, frisou.

 

Francisco observou que, apesar das dificuldades, Maria “escuta, obedece interiormente e responde”: “Nossa Senhora nunca se afastou deste amor, toda a sua vida, todo o seu ser é um ‘sim’ a Deus, mas não foi fácil para ela”.

 

“O mistério desta jovem de Nazaré que está no coração de Deus não nos é estranho, estamos ligados, Deus pousa o seu olhar de amor sobre cada homem e cada mulher”, prosseguiu.

 

A solenidade (categoria mais elevada de celebração litúrgica) da Imaculada Conceição coincidiu este ano com o segundo domingo do Advento, tempo de preparação para o Natal, no calendário católico.

 

Francisco destacou este facto e disse que a Virgem Maria mostra “como viver este tempo do Advento na espera do Senhor”.

 

Após a recitação do ângelus, o Papa aludiu ao 350.º aniversário da fundação da primeira paróquia católica na América do Norte, a de Notre-Dame, no Quebeque, Canadá.

 

Francisco lembrou ainda que esta tarde vai rezar junto ao monumento dedicado à Imaculada Conceição na Praça de Espanha, centro de Roma.

 

“Peço-vos que se unam espiritualmente a mim nesta peregrinação, que é um ato de devoção filial a Maria, para lhe confiar a cidade de Roma, a Igreja e toda a humanidade”, explicou.

 

No regresso ao Vaticano, o Papa vai fazer uma paragem na Basílica de Santa Maria Maior, para rezar diante da imagem de Maria, ‘Salus populi romani (‘protetora do Povo Romano’).

 

“Olhemos para ela (Maria) e deixemo-nos guiar por ela, aprendamos a ser mais humildes e também mais corajosos no seguimento da Palavra de Deus, para acolher o abraço terno do seu filho Jesus, um abraço que nos dá vida, esperança e paz”, disse Francisco, na sua catequese dominical.

 

O monumento à Imaculada Conceição, na Praça de Espanha, foi inaugurado por Pio IX, em 1857, e a visita anual ao local começou no pontificado de João XXIII, em 1958.

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