Papa deseja Natal de «justiça» e pede casa para todas as famílias

Francisco convida católicos a imitar São José para aceitar projeto de Deus.

O Papa Francisco deixou hoje votos de um Natal de “justiça” para todos, numa intervenção em que pediu que todas as famílias possam ter a sua casa.

 

“Desejo a todos um bom domingo e um Natal de esperança, de justiça e de fraternidade”, disse, perante dezenas de milhares de pessoas reunidas para a oração do ângelus, no último domingo do tempo litúrgico do Advento.

 

Após a oração, o Papa comentou uma das faixas que se podiam ler na Praça de São Pedro: “Os pobres não podem esperar”.

 

“É bonito, isso faz-me pensar que Jesus nasceu num estábulo, não numa casa: depois, teve de fugir, rumo ao Egito, para salvar a vida. No fim, regressou à sua casa, em Nazaré e eu penso que também hoje há tantas famílias sem casa, seja porque nunca a tiveram, seja porque a perderam”, declarou.

 

Francisco referiu que é “muito difícil” manter a vida familiar “sem morar numa casa”.

 

“Nestes dias de Natal, convido todos, pessoas, organizações sociais, autoridades, a fazer todos os possíveis para que todas as famílias possam ter uma casa”, apelou, numa passagem saudada pelos presentes com uma salva de palmas.

 

A catequese dominical partiu da figura de São José, esposo de Maria, que o Papa apresentou como um exemplo de “homem bom” que “não odiava e não deixou que o rancor lhe envenenasse a alma”.

 

Francisco recordou que, segundo os relatos evangélicos, José ficou “desconcertado” ao ter conhecimento da gravidez de Maria, antes do seu casamento, e que mesmo nessa situação “procurou fazer a vontade de Deus, pronto para a renúncia mais radical”, num “drama interior”.

 

Diante da decisão de “renunciar à coisa mais preciosa, à pessoa mais amada”, José descobre um caminho diferente, “de amor e de felicidade”.

 

“Este Evangelho mostra-nos toda a grandeza de alma de São José. Ele seguia um bom projeto de vida, mas Deus reservava-lhe um outro desígnio, uma missão maior”, precisou Francisco.

 

São José, acrescentou, soube ouvir as “mensagens que lhe chegavam do fundo do coração e do alto”, sem deixar que “o rancor lhe envenenasse a alma”.

 

“Assim tornou-se mais livre e maior”, declarou, e descobriu-se “para lá de si mesmo”.

 

“Disponhamo-nos então a celebrar o Natal, contemplando Maria e José: Maria, a mulher cheia de graça, que teve a coragem de se confiar totalmente à Palavra de Deus; José, o homem fiel e justo, que preferiu acreditar no Senhor em vez de ouvir as vozes da dúvida e do orgulho humano”, concluiu.

 

Após a catequese, o Papa dirigiu-se aos católicos italianos que hoje se reuniram para “manifestar o seu compromisso social”, pedindo-lhes um “contributo construtivo, recusando as tentações do confronto, da violência, procurando sempre a via do diálogo” para defender os direitos das pessoas.

 

Francisco vai presidir à tradicional Missa do Galo, esta terça-feira, a partir das 21h30 (menos uma em Lisboa), que este ano será concelebrada não só por cardeais mas também por todos os bispos e sacerdotes que manifestem essa vontade ao Departamento das Celebrações Litúrgicas do Sumo Pontífice.

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