Papa diz que pandemia é «um momento de provação e escolha»

Francisco pede «contágio do amor», de coração a coração

O Papa refere, num texto divulgado hoje pelo Vaticano, que a pandemia de Covid-19 é um “momento de provação e escolha”, pedindo aos católicos que redescubram a sua relação com Deus.

“Esta dramática situação tornou evidente toda a vulnerabilidade, inconsistência e necessidade de redenção que nós, homens, temos e colocou em questão muitas certezas nas quais confiamos, na nossa vida diária, para os nossos planos e projetos. A pandemia levanta questões fundamentais sobre a felicidade na nossas vidas e o tesouro da nossa fé cristã”, escreve Francisco, no prefácio do livro ‘Comunhão e esperança’, organizado pelo cardeal Walter Kasper.

A obra, publicada pela Libreria Editrice Vaticana – Dicastério para a Comunicação, apresenta reflexões sobre como “testemunhar a fé em tempo do coronavírus”.

O Papa fala numa “crise repentina” que atingiu todo o mundo, com impactos na vida familiar, laboral e pública.

“Muitos lamentam a morte de parentes e amigos próximos. Muitas pessoas encontram-se em dificuldades financeiras ou perderam os seus empregos”, recorda.

O texto indica que é tempo de “agir contra da injustiça global” para “ ouvir o grito dos pobres e do planeta, tão gravemente doente.

Francisco convida a refletir sobre o que é “realmente importante e necessário” e o que é menos importante.

“É um momento de provação e escolha, para que possamos dirigir as nossas vidas a Deus, que é o nosso apoio e a nossa meta, de uma maneira renovada. Esta crise mostrou que, precisamente em situações de emergência, dependemos da solidariedade dos outros, convidando-nos a colocar as nossas vidas ao serviço dos outros”, afirma.

O Papa diz que os católicos não podem ficar “paralisados pela pandemia”, mas devem responder com solidariedade na construção de “uma grande família que vai além de todas as fronteiras e na qual cada um carrega o fardo do outro”.

“O perigo de ser infetado por um vírus deve ensinar-nos outro tipo de ‘contágio’, o do amor, que é transmitido de coração a coração”, sustenta.

Francisco deixa uma palavra de admiração pelo “pelo compromisso heroico dos profissionais da saúde, médicos e sacerdotes” na resposta à pandemia.

O texto lembra que em vários países, como Portugal, não foi possível a celebração comunitária da Missa no tempo da Páscoa, a principal solenidade do Cristianismo, o que representou “um tempo de doloroso jejum eucarístico”.

“A transmissão das celebrações eucarísticas pelos media foi uma solução de emergência, pela qual muitos ficaram gratos. Mas a transmissão virtual não pode substituir a presença real do Senhor na celebração eucarística”, observa o Papa.

(Com Ecclesia)

 

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