Quase 21 anos após o sismo de 1998, igreja do Salão vai ser inaugurada

Dedicação da igreja será presidida pelo bispo de Angra no próximo domingo dia 7 de julho

A poucos meses de se completarem 21 anos após o terramoto de 1998, que deitou integralmente por terra quatro igrejas do Faial, e destruiu parcialmente outras tantas, a nova igreja do Salão vai ser inaugurada no domingo, sendo a celebração de dedicação presidida pelo bispo de Angra.

A nova igreja, cuja primeira pedra foi lançada a 3 de fevereiro de 2017, foi financiada em 75% pelo Governo Regional dos Açores e os restantes 25% pela comunidade paroquial, que se tem desdobrado em iniciativas para garantir o financiamento necessário.

Na altura, em declarações ao Igreja Açores, o pároco, Pe. José Alvernaz Escobar, afirmava que a paróquia “tinha algum dinheiro” resultante dos inúmeros eventos que foram promovidos para angariação de fundos”.

“A população do Salão já tem alguma experiência de obras porque na igreja antiga já tivemos de as realizar e por isso encaramos este processo como normal”, disse o sacerdote lembrando que a única coisa que correu menos bem foi a “demora” na reconstrução desta igreja.

A nova igreja do Salão, um projeto da autoria do arquiteto Luís Jorge Santos, tem uma configuração diferente das igrejas tradicionais, tanto no interior como no exterior.

Segundo explicou o autor do projeto, no dia do lançamento da primeira pedra, o espaço foi pensado “de dentro para fora”, dando primazia a aspetos litúrgicos sobre os arquitetónicos, com uma disposição dos bancos da igreja em forma de U “idêntico às salas de aula” nas escolas.

“Desta forma, todos os fiéis estarão em igualdade de circunstâncias em relação ao altar e poderão participar de igual forma! Ninguém se esconde atrás de ninguém e ninguém se deixa ficar pelo fundo da igreja”, adiantou Luís Jorge Santos.

A paróquia do Salão foi uma das 13 paróquias do Faial que desde o sismo ficou sem um lugar de culto, juntamente com Flamengos, já reconstruída, Pedro Miguel e Ribeirinha. Estas duas últimas serão as que se seguem.

Esta reconstrução só é possível devido a um contrato programa assinado entre o Governo Regional dos Açores e a Diocese de Angra, que estabelece o apoio de 8,6 milhões de euros para a conclusão da reconstrução das igrejas afetadas pelo sismo de 1998.

O apoio público, corresponde aos encargos a assumir com empréstimos bancários, até ao limite de 8,65 milhões de euros, pelo prazo máximo de 20 anos, com um período de carência de 18 meses.

O contrato prevê, ainda, que as referidas igrejas da ilha do Faial, possam contrair um empréstimo junto da banca, no qual o Governo Regional é responsável por 75% do capital e 100% dos juros nos primeiros dois terços do tempo do empréstimo.

A Diocese de Angra é responsável por apresentar, em agosto de cada ano, o plano de pagamento do ano económico seguinte, de modo a que o Plano Regional Anual tenha a dotação financeira correspondente, comprometendo-se ainda a executar as obras de acordo com os projetos aprovados e segundo as orientações da Direção Regional da Cultura que acompanhará os trabalhos.

O terramoto de 9 de julho de 1998 destruiu cerca de 75% do parque habitacional do Faial e danificou também templos religiosos e infraestruturas públicas.

No futuro, serão construídas as igrejas de Pedro Miguel e da Ribeirinha.

 

 

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