“Quero que sintam que podem contar comigo, com a minha pessoa e com o meu serviço” diz novo pároco de Santa Bárbara

 

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Padre Jacob Vasconcelos, completa em junho 30 anos, é padre há 6 e regressa de Roma, onde estudou Teologia Pastoral. No dia 4 assumirá a sua primeira colocação como pároco, numa paróquia da zona oeste de Angra

É ponto assente que a vida numa comunidade é o que dá sentido à vida pastoral de um sacerdote, mas no caso do padre Jacob Vasconcelos, natural das Flores e recém regressado de Roma, onde estudou Teologia Pastoral, na Pontifícia Universidade Lateranense, esta certeza foi ainda mais valorizada em Roma, onde aprendeu, “com a distância” a “valorizar mais o que se deixou para trás”.

“A experiência do regresso foi uma renovada alegria. Por exemplo, poder celebrar a Quarta-feira de Cinzas junto da comunidade foi muito reconfortante” adianta na primeira entrevista que dá depois do regresso à diocese no passado dia 18, após a defesa da tese em Teologia Pastoral sobre os romeiros Quaresmais de São Miguel e dos Açores.

“Ali, as celebrações eram importantes e muito cuidadas do ponto de vista litúrgico, mas faltava o povo e este calor humano de uma comunidade, que é indispensável ao nosso ministério, que só faz sentido ao serviço das pessoas” adianta sublinhando que  o estudo, a oração pessoal, a dimensão espiritual são muito importantes mas “é a vida na comunidade que dá outro sentido à vida de um padre”.

O sacerdote, que foi secretário do anterior bispo, D. João Lavrador e diretor do Serviço Diocesano da Catequese, entrará no próximo dia 4 na paróquia de Santa Bárbara, na ilha Terceira, depois de ter recebido das mãos de D. Armando Esteves a sua primeira colocação como pároco.

“Entro com uma abertura muito grande; fiquei alegre e feliz, pois embora tenha feito uma experiência de vida paroquial na Ribeirinha, agora terei a oportunidade de pôr em prática o que aprendi nessa experiência, auxiliada por um padre mais velho e complementar também com o que aprendi com os estudos em Roma” diz na entrevista ao programa de rádio Igreja Açores, que vai para o ar este domingo.

“Sou como que lançado ao mundo assim como responsável, como pároco. É uma responsabilidade mas também uma alegria” pois trata-se de “uma comunidade rural, o que me agrada” e é uma paróquia “que tem uma marcada piedade popular o que me agrada também, para não falar da sua atividade social “que é grande” refere elogiando o trabalho do seu antecessor, o cónego João de Brito que deixa a paróquia por limite de idade.

“Já me sinto um barbarense no sentido em que quero caminhar, escutar, compreender, não levo nada  comigo a não ser vontade de fazer caminho, com todos para que depois, em conjunto possamos discernir a nossa vida comunitária” avança ainda deixando uma mensagem clara:  “quero que sintam que podem contar comigo, com a minha pessoa e com o meu serviço”.

Na entrevista ao programa de rádio Igreja Açores, que vai para o ar no Rádio Clube de Angra e na Antena 1 Açores, este primeiro domingo da Quaresma, depois do meio-dia, o sacerdote aborda ainda mais dois temas: o sínodo e os abusos sexuais dentro da Igreja.

“A igreja terá de assumir a culpa e fazer tudo o que é possível para que estes factos não se repitam” afirma frisando que o problema “está longe de acabar”.

“A vigilância e a tolerância zero têm de vir para ficar; não podemos trabalhar como antes” diz o sacerdote ordenado em 2017, deixando uma palavra de esperança.

“Penso que pode ser um momento de purificação, de Quaresma. Estes números que nos envergonham, também, aos que não estão diretamente implicados, podem ser um alerta para que a Igreja se centre no essencial da sua missão e esteja mais atenta para alguma situação de  contratestemunho que, por vezes, poderá assumir proporções horrendas”.

“ Podemos estar numa Quaresma prolongada, demorada, mas é uma sangria que temos de fazer até ao fim, deixar correr até ao fim o que tem sido esta desgraça e estar vigilante para o futuro. É um período de outono, cinzento mas também um período para a igreja se recriar e rever as suas práticas, como já está a acontecer, como temos visto”.

A entrevista do padre Jacob Vasconcelos vai para o ar na integra este domingo depois do meio-dia no Rádio Clube de Angra, na Antena 1 Açores e fica disponível aqui no sítio Igreja Açores.

 

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