Reitor Emérito do Santuário de Fátima diz que o Islão veio lembrar aos católicos que têm de ser diferentes no mundo atual

Monsenhor Luciano Guerra está nos Açores a convite do Movimento da Mensagem de Fátima em São Miguel

O laicismo “apoderou-se” da vida e hoje é preciso haver uma separação clara entre quem acredita e quem não acredita, disse ao Sítio Igreja Açores o reitor emérito do Santuário de Fátima à margem do retiro que orientou este sábado em São Miguel, na paróquia de Nossa Senhora dos Anjos, que reuniu mais de uma centena de membros do Movimento da Mensagem de Fátima.

“O laicismo tomou conta da sociedade e, neste momento, não sei se haverá condições propícias a uma verdadeira conversão, a menos que a Igreja se assuma como uma alternativa séria ao mundo paganizado, coisa que se foi esbatendo à medida que se foi cristianizando o mundo” disse Monsenhor Luciano Guerra, que estará em São Miguel até ao fim desta semana, celebrando em Água de Pau, Lagoa, Ribeira Grande e Nordeste. Pelo meio fica uma conferência ás 20h30 do dia 2 de março, na Igreja de Nossa Senhora de Fátima, no Lajedo, em Ponta Delgada.

Monsenhor Luciano Guerra lembrou o Islão para dizer que “ a atuação  de alguns grupos jihadistas veio provar-nos como é essencial que marquemos as nossas diferenças”.

“Hoje vivemos um mundo laico, arreligioso e temos de voltar ao principio”, disse o sacerdote porque “temos de assumir as diferenças” o que não é “muito mais” do que “aceitar Deus e a religião que é a organização do culto a Deus”, sublinhou Monsenhor Luciano Guerra.

Para o sacerdote a “ igreja é essencial”, até porque “nós somos seres comunitários e na nossa fé também temos de o ser”, acrescentando que “ninguém é religioso sozinho e quando alguém diz ´eu tenho cá a minha fé mas não vou à igreja´ significa que está a tentar fugir ao compromisso”, salienta Monsenhor Luciano Guerra.

Para o sacerdote este é um dos problemas do mundo atual, no qual a igreja “tem de conhecer os limites da sua autoridade”, embora “sem se demitir de a exercer quando e onde for precisa”.

O retiro anual do Movimento da Mensagem de Fátima em São Miguel realizou-se este sábado orientado entre dois temas: a oração e o sacrifício.

“Falámos, sobretudo, da necessidade do espirito de oração que nos mantém em contacto com Deus e do espírito de sacrifício que nos torna conscientes da necessidade de lutar pelo bem, contra a tentação do mal de modo a que completemos na nossa carne aquilo que falta à paixão de Jesus”, disse o sacerdote que reconheceu as dificuldades de “separar o bem do mal”, não porque “tenhamos prazer em fazer o mal deliberadamente mas porque o mal nos dá prazer, embora seja efémero”.

Monsenhor Luciano Guerra apresentou o mal como uma obra do homem e nenhuma vida está isenta dele; contudo “a vida do homem deve ser uma permanente luta contra o mal que vem desde os primórdios da criação”, sendo a oração um dos “instrumentos” desse combate.

“As pessoas sofrem muito pelo mal que fazem. O mal conduz ao hábito e este introduz consequências muito danosas na vida, até na própria saúde… alcoolismo, a droga… muitos males conduzem ao ódio, à violência… o divórcio por exemplo, é uma preferência do mal”, precisou.

Depois, lembrou a “atualidade da mensagem de Fátima” e a sua “essencialidade”.

O Reitor Emérito do santuário de Fátima terá ainda oportunidade para se encontrar com as crianças da catequese (1 de março) e com os Romeiros da ilha de São Miguel (1 de março), para além da celebração de várias Eucaristias em Água de Pau e Ribeira Chã (1 de março) e Santa Cruz da Lagoa e Matriz da Ribeira Grande (2 de março). No último dia da sua visita à região, dia 3, terá ainda um encontro com a comunidade do Nordeste.

Recordo que no próximo ano a Diocese de Angra receberá a imagem peregrina, no âmbito das comemorações do centenário das aparições de Nossa Senhora aos três pastorinhos na Cova de Iria.

Aliás este será o tema da conferência que Monsenhor Luciano Guerra fará na Igreja de Nossa Senhora de Fátima, no dia 2 de março, às 20h30.

Atualmente o Movimento da Mensagem de Fátima conta com 11 núcleos em São Miguel: Água de Pau, Ribeira Chã, Cabouco, Pico da Pedra, Nordeste, Covoada, Relva, Rabo de Peixe, Ribeira Grande e Saúde e Milagres nos Arrifes .

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