Santo Cristo e Bom Jesus do Pico atentos à função catequética do património religioso

Reitores dos santuários açorianos participaram em encontro sobre o património

O património religioso deve falar por si e constitui uma oportunidade única para catequizar considera o Pe. Marco Martinho, reitor do Santuário do Senhor Bom Jesus do Pico, que ontem e hoje, juntamente com o reitor do Santuário do Senhor Santo Cristo dos Milagres, Cónego Adriano Borges, participou no Encontro da Associação Nacional de Santuários que decorreu em Fátima de olhos postos no património.

“O património dos Santuários fala por si  porque tem muito a ver com a religiosidade popular e é bom que assim continue a ser, proporcionando momentos de catequese a quem nos visita” refere o sacerdote que é também o ouvidor eclesiástico da ilha do Pico.

“É muito interessante ver como os `romeiros do Senhor Bom Jesus´nos visitam e reconhecem nesta imagem um motivo de celebração e de oração. Temos de ser capazes de aproveitar este património para evangelizar” prossegue.

O Santuário do Senhor Bom Jesus é além de um santuário diocesano o grande “pulmão” de espiritualidade e de formação da ilha montanha.

“Para aqui fazemos convergir grande parte de toda a ação e trabalho com os diferentes  grupos sectoriais da pastoral e isso também acaba por dar um dinamismo diferente a este espaço que é um centro de forte espiritualidade e devoção” acrescenta ainda o Pe. Marco Martinho.

Também o reitor do Santuário do Senhor Santo Cristo dos Milagres, que este ano assinala o seu 60º aniversário de elevação a Santuário diocesano, considera que a questão do património é vital para a afirmação do Santuário.

“O cuidado com o património é indispensável e num santuário onde se acolhe tantos peregrinos ainda mais” adianta o cónego Adriano Borges.

“Já recuperámos o coro baixo; até à festa deste ano, inauguraremos o coro alto e isso tornará possível equacionar a construção e o acesso ao futuro núcleo museológico do Santuário que é fundamental para a vivência desta espiritualidade”, adianta o sacerdote. Além disso está prevista a requalificação do Convento da Esperança cujas obras irão permitir criar uma zona de alojamento e acolhimento de peregrinos, num total que variará entre os 60 e os 80, que ali poderão ficar temporariamente numa comunhão intima com a imagem e toda a envolvência deste culto.

“Queremos proporcionar esta maior intimidade dos peregrinos dentro do Santuário” esclarece o reitor lembrando que além da recuperação do património tem havido um esforço significativo na melhoria das condições de acolhimento nomeadamente ao nível da direção espiritual e das confissões.

“Temos um período de duas horas e meia diárias destinadas ao acolhimento dos peregrinos e isso é bom para que o Santuário também tenha esta dimensão em consideração”.

Os dois reitores já estão a preparar as festas deste ano. A do Santo Cisto que se celebra no quinto domingo a seguir à Páscoa terá como presidente o arcebispo D. José Bettencourt, núncio apostólico na Geórgia e Arménia e a do Senhor Bom Jesus, no dia 6 de agosto, o bispo de Viseu. D. António Luciano.

No ano passado os dois santuários iniciaram uma estratégia conjunta de celebrar as festas com o mesmo lema e sempre a partir da centralidade do Evangelho.

O XII Encontro de Reitores de Santuários realizou-se em Fátima, na Casa de Nossa Senhora do Carmo.

Numa co-organização do Secretariado Nacional para os Bens Culturais da Igreja em parceria com a Associação dos Reitores de Santuários de Portugal o encontro tem como tema  “Lugares de Encontro(s): novas articulações para o século XXI”.

O tema procurou  ir ao encontro de algumas questões concretas nos domínios do acolhimento, gestão e salvaguarda, atendendo à função e natureza específica deste tipo de património.

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