Sem uma «atenção maior» às famílias «toda a pastoral também falhará»

D. Antonino Dias antecipa jornada nacional da Pastoral Familiar que vai decorrer em Fátima e que conta com a presença do Serviço Diocesano de Angra

O Seminário do Verbo Divino, em Fátima, vai receber entre sábado e domingo a 27.ª jornada nacional da Pastoral Familiar, evento marcado pela vontade da Igreja Católica em “investir mais” neste setor, no apoio às famílias.

Presentes estarão vários elementos do Serviço Diocesano da Família e Laicado da diocese de Angra.

“Participamos sempre nestas jornadas que são muito importantes para refletirmos a realidade da família” disse ao Sítio Igreja Açores o Cónego José Medeiros Constância.

Este ano as questões sociais, centradas na família são, de resto, a grande prioridade diocesana para o ano pastoral que agora começa.

O sacerdote acaba de completar uma visita a todas as ouvidorias da diocese, tendo estado nos últimos dias de setembro nas Flores e no Corvo, organizando territorialmente a pastoral familiar.

“O nosso objetivo tem sido sempre implicar a família na resolução dos seus problemas e por isso é necessário que as famílias se mobilizem nesta pastoral”, precisou numa entrevista recente ao Sítio Igreja Açores.

O presidente da Comissão Episcopal do Laicado e Família, em entrevista à Agência ECCLESIA, destaca a necessidade de “reforçar os secretariados diocesanos” como sinal de “uma atenção maior” às pessoas e aos seus problemas, sociais, económicos e espirituais.

“Se cada diocese não assume esta pastoral como linha de força, toda a outra pastoral também falhará”, frisa o prelado.

Organizada pelo Departamento Nacional da Pastoral Familiar, a edição deste ano das jornadas tem como tema “A alegria do Amor e os desafios à Pastoral Familiar”.

A iniciativa tem como pano de fundo precisamente a exortação apostólica “A Alegria do Amor”, publicada pelo Papa Francisco na sequência do último Sínodo dos Bispos dedicado à Família.

Um documento que, segundo D. Antonino Dias, “é para ler, para reler, para aprofundar cada parágrafo”, no sentido da Igreja Católica poder de facto caminhar mais próxima das famílias e congregar também as famílias cristãs para a missão de apoiar, acalentar e defender aquela que é uma célula fundamental de sociedade

“E isto implica aprofundar tudo aquilo que são os fundamentos, a nossa proposta de família cristã, e procurar que a partir daí todos caminhemos com alegria, com esperança”, realça o também bispo de Portalegre-Castelo Branco.

O prelado recorda que a família é “o berço do crescimento integral” de cada pessoa, onde cada um deve encontrar “harmonia, paz e refúgio“.

“Sem família não há comunidade verdadeira, desperta para os valores. Ela é o primeiro espaço educativo para o diálogo, para o acolhimento, para a participação, o primeiro espaço de evangelização. Costuma dizer-se que quando a família está doente, a sociedade está doente”, conclui.

De acordo com o programa da jornada, a inauguração dos trabalhos no dia 22 de outubro vai caber a D. António Marto.

 

O vice-presidente da Conferência Episcopal Portuguesa, e bispo de Leiria-Fátima, vai partilhar a sua leitura acerca da exortação apostólica “A Alegria do Amor”, do Papa Francisco.

Depois, será a vez do sacerdote jesuíta Carlos Carneiro abordar o tema “Preparar o matrimónio e acompanhar os casais noivos”.

Nesse mesmo sábado haverá tempo também para uma reunião do Departamento Nacional da Pastoral Familiar com todos os assistentes e responsáveis dos Secretariados Diocesanos do setor e os responsáveis nacionais dos movimentos ligados à Família.

No domingo, dia 23 de outubro, estará em destaque uma intervenção do cónego Arnaldo de Pinho, subordinada ao tema “Acompanhar, discernir e integrar as situações ‘irregulares’: a liberdade e a responsabilidade do bispo diocesano”.

Também um momento de partilha de testemunhos, com um casal em situação irregular e um pároco que abordará as suas dificuldades nesta área pastoral.

 

(Com Ecclesia)

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