“Só quem sobe ao monte consegue encontrar-se verdadeiramente com Jesus”

Homilia do bispo de Angra no Dia dos Fiéis Defuntos apela à esperança

O bispo de Angra desafiou esta tarde os diocesanos a fazerem desta crise pandémica uma oportunidade para recomeçar e criar “algo de verdadeiramente novo”.

“Neste dia, em que lembramos os que foram vítimas desta pandemia, e agora já com alguma recuperação, este vírus desafia-nos a ter a capacidade para abraçarmos algo novo; não enjeitemos qualquer esforço para estarmos no lugar certo onde Jesus nos coloca”, afirmou

Na homilia da missa vespertina dos Fiéis Defuntos, onde foram tidas as intenções das vitimas da Covid-19, em especial as açorianas, celebrada esta segunda feira na Sé de Angra, o prelado lembrou que ao chorar os mortos estamos igualmente a celebrar a esperança da ressurreição.

“A esperança de Jesus escandaliza a humanidade”, porque com o pedido para comermos a sua carne e bebermos o seu sangue, está “a oferecer-nos a comunhão com o Pai e, por ela, seremos salvos e feitos pessoas novas” referiu o prelado.

“Neste dia choramos os mortos mas choramos sobretudo aqueles que ressuscitam” adiantou o prelado diocesano.

“Na comunhão do pão e do vinho aprendemos a colocar Deus no lugar certo”, disse ainda.

A missa, na qual participou um baixo número de fiéis, por causa da situação de pandemia que Portugal atravessa, foi cantada pelos alunos do Seminário Episcopal de Angra.

Esta terça-feira teve lugar a ‘comemoração de todos os fiéis defuntos’, que remonta ao final do primeiro milénio. Foi o Abade de Cluny, Santo Odilão, quem no ano 998 determinou que em todos os mosteiros da sua Ordem se fizesse nesta data a evocação de todos os defuntos ‘desde o princípio até ao fim do mundo’.

Este costume depressa se generalizou: Roma oficializou-o no século XIV e no século XV foi concedido aos dominicanos de Valência (Espanha) o privilégio de celebrar três Missas neste dia, prática que se difundiu nos domínios espanhóis e portugueses e ainda na Polónia.

Durante a I Guerra Mundial, o Papa Bento XV generalizou esse uso em toda a Igreja (1915).

(Com André Furtado)

Scroll to Top