Vaticano: Papa diz que humanidade caminha para cenário de destruição “belicista”

Francisco condena investimento na produção de armas, em contexto de nova “guerra mundial”

O Papa condenou hoje, no Vaticano, a “orientação belicista de destruição” dos responsáveis políticos, questionando o investimento na produção de armas perante um cenário de “guerra mundial”.

“Se pensarmos que, hoje, a tecnologia das armas chega a um ponto que com uma única bomba uma cidade inteira como esta [Roma] pode ser destruída. De que estamos à espera? Parece que não entendemos para onde estamos a caminhar”, alertou, perante membros do Instituto Europeu de Estudos Internacionais de Salamanca, na Espanha.

Numa intervenção divulgada pela Santa Sé, Francisco observou que “no último século houve três guerras mundiais”, incluindo o atual cenário de conflito global.

“Como podemos entender isso? Se pensarmos que o orçamento mais importante é o da produção de armas e que, com um ano sem fabricar armas, o problema da fome no mundo seria resolvido”, apontou.

O Papa considerou que “a luta pelo entendimento humano e pela paz deve ser incansável”.

“O amor, a fraternidade e o verdadeiro humanismo que nasce da fé vencem o ódio, a rejeição e a brutalidade”, acrescentou.

Francisco declarou que a paz é mais do que “é um bem essencial” pelo qual todos devem trabalhar e rezar.

“Essa paz não só vai além do que podemos obter por meios meramente humanos, mas também nos desafia para que não se baseie simplesmente em equilíbrios de poder ou no silenciamento das justas exigências dos desfavorecidos”, advertiu.

A intervenção citou uma passagem da encíclica ‘Fratelli Tutti’ (2020), sublinhando que qualquer guerra “deixa o mundo pior do que o encontrou” e é “um fracasso da política e da humanidade”.

“A guerra é terrível. Porém, não devemos desistir, algo novo pode nascer dessas cinzas, nesse fracasso podemos encontrar uma lição de vida”, assinalou o Papa.

Francisco recordou as suas visitas a cemitérios militares em Roma, onde rezou junto das campas de soldados mortos na I e II Guerra Mundial, chorando “como um menino”.

(Com Ecclesia)

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