Faleceu D. José Policarpo, patriarca emérito

Exéquias vão decorrer esta sexta-feira, às 16h00, na Sé de Lisboa, sendo depois sepultado no Panteão dos Patriarcas, em São Vicente de Fora.

O cardeal D. José Policarpo, patriarca emérito de Lisboa, faleceu hoje na capital portuguesa, aos 78 anos, vítima de aneurisma na aorta, informou a diocese.

 

O patriarca emérito “encontrava-se em retiro em Fátima quando por uma indisposição foi levado para o Hospital do SAMS, onde veio a falecer vítima de um aneurisma na aorta”, adianta a nota oficial do patriarcado.

 

As exéquias presididas pelo patriarca de Lisboa, D. Manuel Clemente, vão ser celebradas na sexta-feira, às 16 horas na Sé Patriarcal, seguindo depois o corpo para o Panteão dos Patriarcas, em São Vicente de Fora.

 

O corpo vai chegar na quinta-feira à Sé de Lisboa, pelas 15h00, permanecendo em câmara ardente.

 

D. José Policarpo tinha apresentado a sua renúncia ao cargo em 2011, por limite de idade, resignação aceite por Bento XVI e confirmada pelo Papa Francisco quando, a 18 de maio de 2013, nomeou como novo patriarca de Lisboa o até então bispo do Porto, D. Manuel Clemente.

 

O 16.º patriarca de Lisboa assumiu esta missão a 24 de março de 1998, após a morte de D. António Ribeiro, de quem era coadjutor desde março de 1997.

 

D. José da Cruz Policarpo nasceu a 26 de fevereiro de 1936 em Alvorninha, Caldas da Rainha, território do Distrito de Leiria e do Patriarcado de Lisboa.

 

Padre desde 15 de agosto de 1961, foi ordenado bispo em 1978 (auxiliar de Lisboa), criado cardeal por João Paulo II em 2001 e participou em dois Conclaves: no de abril de 2005 que elegeu Bento XVI, e no de março deste ano, que acabou com a escolha do Papa Francisco.

 

O patriarca emérito era licenciado em Teologia Dogmática, em 1968, pela Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma, com a tese ‘Teologia das Religiões não cristãs’; posteriormente, defendeu na mesma instituição académica uma tese subordinada ao título “Sinais dos Tempos”.

 

Docente da Faculdade de Teologia da Universidade Católica Portuguesa desde 1970, na categoria de professor auxiliar (1971), de professor extraordinário (1977) e de professor ordinário (1986), D. José Policarpo foi diretor da Faculdade de Teologia da Universidade Católica Portuguesa (1974/1980; 1985/1988), antes de ser nomeado reitor da Universidade Católica Portuguesa para o quadriénio de 1988/1992, por Decreto da Santa Sé, tendo sido reconduzido nessa função por um segundo quadriénio (1992/1996).

 

Após a sua nomeação como patriarca de Lisboa, assumiu o título de magno chanceler da Universidade Católica.

 

D. José Policarpo foi eleito presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) em abril de 1999 e reeleito em 2002 para um novo triénio; voltaria a ocupar o cargo após uma terceira eleição, em maio de 2011.

 

No Vaticano, o patriarca emérito foi membro do Conselho Pontifício da Cultura e desempenhou essas funções na Congregação de Educação Cristã e no Conselho Pontifício para os Leigos.

 

Enquanto líder da Diocese de Lisboa, D. José Policarpo apostou na nova evangelização, tendo mesmo dinamizado um congresso internacional (ICNE) com várias outras cidades europeias (Viena, Paris, Bruxelas e Budapeste) que passou pela capital portuguesa em 2005, e na implementação das orientações do Concílio Vaticano II.

 

A preocupação com a “indiferença” da sociedade face a Deus e os apelos ao diálogo perante o atual momento de crise socioeconómica em Portugal marcaram os últimos anos à frente da CEP e do Patriarcado de Lisboa.

 

Desde 1997, como arcebispo coadjutor e depois como cardeal-patriarca, D. José Policarpo ordenou 92 novos padres para a Igreja, em celebrações de âmbito diocesano.

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