Reitor pede a cada novo diácono permanente que seja “um lugar onde Deus se torna visível”

Depois de ter apresentado os candidatos ao diaconado permanente e da ordenação ter decorrido na Sé, o reitor do Seminário foi o anfitrião de uma festa animada que juntou os sacerdotes jubilados- os que celebram 25 anos de ordenação- com os diáconos e as famílias para um jantar convívio.
“Agora, com a ordenação de hoje a Igreja espera de vós um testemunho encarnado na realidade que vos circunda, lugar onde Deus se torna visível”. Por isso, prossegue, “os diáconos são chamados a dar um testemunho especial na sociedade, exatamente porque a sua ocupação secular permite o acesso à esfera temporal de um modo próprio. Também o diácono casado, como são alguns de vós, poderá oferecer um precioso contributo na transformação da vida familiar, pelas graças do sacramento do matrimónio e do sacramento da ordem que marcam o seu ministério”, disse o padre Emanuel Valadão Vaz.
“Os diáconos significam (simbolizam) a vocação diaconal de toda a Igreja, e testemunham, a partir da vivência da Caridade, a centralidade vital da Eucaristia que celebram e da Palavra que anunciam. Há que recordar que na identidade e missão do diácono, a tripla diaconia é determinada a partir da caridade, que dá, consistência e sentido às diaconias da Palavra e da Liturgia” enfatizou o sacerdote.
“O serviço diaconal manifesta a vinculação existente entre a mesa do Corpo de Cristo e a mesa dos pobres, sublinhando que o sacramento do altar não pode estar separado do sacramento do irmão e que o anúncio da Palavra não pode separar-se de gestos concretos de serviço caritativo” disse , ainda, referindo-se à simbologia da estola a tiracolo, própria do diácono, que “se torna toalha” pois “ele procura estar atento” aos “lugares de dor e de gestação, nos quais a vida e fé podem ser anunciadas e redescobertas”.
“Jesus viveu e ensinou, não uma mística de olhos fechados, mas a mística de olhos e ouvidos bem abertos, de mãos disponíveis e de sandálias nos pés, comprometida na percepção intensificada do sofrimento alheio. Mística que desencadeia proximidade física. Proximidade física, não de qualquer maneira e a qualquer preço, mas ligada à visão contemplativa: amar o outro como Deus ama, vê-lo como Deus o vê”, disse.
“Caros neo diáconos sede audazes na forma de servir”, exultou o Reitor, que deixou um agradecimento a todos os que contribuíram para a formação diaconal. Para além da vertente formativa, foram vários os momentos de espiritualidade vividos em equipa, alargados em determinados momentos às esposas.

O padre Emanuel Valadão Vaz deixou ainda uma palavra de felicitação aos sacerdotes que celebram os aniversários jubilares de ordenação pelo “amor e serviço” à Igreja.
“O desejo de ser discípulo de Jesus é um caminho que precisamos de percorrer sempre. Nunca está terminado. Há sempre aprendizagens a fazer com o Mestre, daí a necessidade de permanecer com Ele, para que a missão possa ser geradora de vida nova, capaz de fazer arder o coração, mesmo no meio das adversidades. Aí aprendemos a amar e a olhar o nosso irmão com o olhar de compaixão”, disse o sacerdote, lembrando que cada padre “é um pão dado em alimento a quem procura a esperança de recomeços a partir da fé em Jesus Cristo”.
“Que a nossa vida continue a ser um pão saboroso, dado em alimento a todos quantos sentem fome, para que tenham vida em abundância. Sejamos facilitadores do Espírito, respondendo à sua graça. Não atrasemos a obra de Deus”, concluiu.
Também o padre Adriano Borges, em representação do grupo de 10 sacerdotes que completam 25 anos de ordenação, embora um deles tenha pedido dispensa do ministério há 10 anos, agradeceu o dom do sacerdócio, referiu a unidade do grupo e sobretudo, a disponibilidade para estar ao serviço.
“Olhando para as ilhas dos Açores este grupo só não serviu em três delas . Tivemos sempre grande disponibilidade para trabalhar na diocese. Por isso, senhor Bispo a primeira palavra é para si: conte sempre connosco” afirmou o sacerdote.
“Sempre gostámos muito de estar juntos e a nossa máxima é a alegria e a festa. Por isso não se admirem que haja mais alegria na nossa mesa porque é sempre assim quando estamos juntos”, afirmou.

“Um obrigado grande às nossas famílias, a todos os nossos professores, aos senhores bispos com quem trabalhamos” lembrando especialmente D. António Sousa Braga que os ordenou.
“Não há maior alegria do que poder servir, estar para os outros, com disponibilidade. Sejamos uma igreja que está ao serviço e ao mesmo tempo uma igreja que tenha a nota da alegria”, concluiu.
Em nome dos diáconos permanentes falou Manuel Gonçalves, da ilha do Pico, o mais velho do grupo que expressões a alegria deste dia como mais uma etapa do serviço que todos dispensam à Igreja e ao Povo de Deus.