A Crença “sempre quis agarrar a diocese”

Conferência do historiador Teixeira Dias faz análise do jornal católico que se publica há 100 anos nos Açores

O impulso de difusão da mensagem evangélica e o desejo de contribuir para melhorar a sociedade, tendo sempre por base a Doutrina Social da Igreja, são “marcas constantes” das sucessivas edições do jornal A Crença segundo o historiador Teixeira Dias, que esta sexta feira fez uma resenha sobre o passado do jornal católico, propriedade da igreja Matriz de Vila Franca do Campo.

A comemorar cem anos, este é um dos dois jornais semanários católicos dos Açores que ainda se publicam em papel, fundado e dirigido sempre por sacerdotes que “nunca descuraram a mensagem cristã quer nos seus editoriais quer nos restantes conteúdos dos jornais”, referiu o investigador durante o debate que se realizou no auditório da Escola Básica e Integrada de Vila Franca do Campo, na ilha de São Miguel.

Teixeira Dias escolheu aleatoriamente um jornal de cada um dos cinco diretores de A Crença – “deve ser caso único na história da imprensa um jornal ter apenas cinco diretores em cem anos”- e analisou as suas quatro páginas- “as atuais oito páginas só começaram a existir a partir do ano 2000”- concluindo que “a matriz ideológica e a preocupação pela dimensão social mantém-se sempre constantes”.

“Vê-se que houve desde a sua fundação uma preocupação muito grande de intervir na sociedade no sentido de dar pistas, à luz do Evangelho, para que as pessoas pudessem viver sempre melhor”, sublinha o investigador dando como exemplos os artigos sobre “agricultura- actividade económica predominante- higiene popular- como as mães deveriam tratar os filhos- aspetos culturais e etnográficos, etc”.

No entanto, refere, “esta preocupação é sempre muito localizada em Vila Franca, embora nalguns casos apareçam referências diocesanas sobretudo no que respeita aos sacerdotes e ao Seminário”.

Atualmente A Crença tem 600 assinantes, maioritariamente do concelho de Vila Franca mas também da ilha de São Miguel. Aliás, a passagem deste jornal local a um jornal de ilha é “algo que não pode ser descartado” disse o investigador respondendo a questões do público e na linha do que tem sido equacionado pela atual direção. Sobre o futuro do semanário, Teixeira Dias lembra que esse futuro “estará tanto mais assegurado se a Igreja não enjeitar este projeto”.

“Dependerá da atitude das pessoas e sobretudo dos responsáveis. Este jornal tem condições para ser um semanário dos Açores mas para isso também precisa de uma maior atenção dos próprios sacerdotes”, concluiu.

A Crença está a comemorar o seu centésimo aniversário. Foi Fundada em 19 de dezembro de 1915 pelo Padre Ernesto Ferreira.

Primeiro com quatro páginas, agora com oito, A Crença é com o jornal O Dever do Pico, o que resta da imprensa de inspiração cristã no arquipélago e atualmente é dirigida pelo Pe António Cassiano, ouvidor de Vila Franca do Campo.

A Crença “sempre quis agarrar a diocese”

Conferência do historiador Teixeira Dias faz análise do jornal católico que se publica há 100 anos nos Açores

 

O impulso de difusão da mensagem evangélica e o desejo de contribuir para melhorar a sociedade, tendo sempre por base a Doutrina Social da Igreja, são “marcas constantes” das sucessivas edições do jornal A Crença segundo o historiador Teixeira Dias, que esta sexta feira fez uma resenha sobre o passado do jornal católico, propriedade da igreja Matriz de Vila Franca do Campo.

A comemorar cem anos, este é um dos dois jornais semanários católicos dos Açores que ainda se publicam em papel, fundado e dirigido sempre por sacerdotes que “nunca descuraram a mensagem cristã quer nos seus editoriais quer nos restantes conteúdos dos jornais”, referiu o investigador durante o debate que se realizou no auditório da Escola Básica e Integrada de Vila Franca do Campo, na ilha de São Miguel.

Teixeira Dias escolheu aleatoriamente um jornal de cada um dos cinco diretores de A Crença – “deve ser caso único na história da imprensa um jornal ter apenas cinco diretores em cem anos”- e analisou as suas quatro páginas- “as atuais oito páginas só começaram a existir a partir do ano 2000”- concluindo que “a matriz ideológica e a preocupação pela dimensão social mantém-se sempre constantes”.

“Vê-se que houve desde a sua fundação uma preocupação muito grande de intervir na sociedade no sentido de dar pistas, à luz do Evangelho, para que as pessoas pudessem viver sempre melhor”, sublinha o investigador dando como exemplos os artigos sobre “agricultura- actividade económica predominante- higiene popular- como as mães deveriam tratar os filhos- aspetos culturais e etnográficos, etc”.

No entanto, refere, “esta preocupação é sempre muito localizada em Vila Franca, embora nalguns casos apareçam referências diocesanas sobretudo no que respeita aos sacerdotes e ao Seminário”.

Atualmente A Crença tem 600 assinantes, maioritariamente do concelho de Vila Franca mas também da ilha de São Miguel. Aliás, a passagem deste jornal local a um jornal de ilha é “algo que não pode ser descartado” disse o investigador respondendo a questões do público e na linha do que tem sido equacionado pela atual direção. Sobre o futuro do semanário, Teixeira Dias lembra que esse futuro “estará tanto mais assegurado se a Igreja não enjeitar este projeto”.

“Dependerá da atitude das pessoas e sobretudo dos responsáveis. Este jornal tem condições para ser um semanário dos Açores mas para isso também precisa de uma maior atenção dos próprios sacerdotes”, concluiu.

A Crença está a comemorar o seu centésimo aniversário. Foi Fundada em 19 de dezembro de 1915 pelo Padre Ernesto Ferreira.

Primeiro com quatro páginas, agora com oito, A Crença é com o jornal O Dever do Pico, o que resta da imprensa de inspiração cristã no arquipélago e atualmente é dirigida pelo Pe António Cassiano, ouvidor de Vila Franca do Campo.

 

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