A cultura atual “necessita do fermento” da Vida de Cristo para ser “autenticamente humana”

Bispo de Angra preside à Missa de Páscoa na Sé e fala da necessidade de acabar com a “idolatria do individualismo”

A construção de uma sociedade fraterna, que respeite a dignidade e os direitos de cada um, tem de assentar na confiança do poder do Senhor ressuscitado, disse o bispo de Angra, este domingo, na homília da Missa de Páscoa, celebrada na Sé de Angra do Heroísmo.

“A ressureição introduziu uma novidade na história dos homens que se traduz pela vida em Cristo e nela à experiência do amor, da entrega, da misericórdia, do bem, da verdade, da beleza sempre eterna, da liberdade entendida como a realização da vocação de cada pessoa, escutando o chamamento divino”, disse D. João Lavrador.

O prelado lembrou a este propósito a forma “contrastante” pela qual a cultura atual entende a vida e a expressão da liberdade pessoal. E,  recordou que o mundo está “cheio de pessoas que sofrem no corpo e no espírito”.

“Cada um fechado em si mesmo, no individualismo, na procura do seu prazer mesmo à custa dos outros, na livre ação nem que para isso tenha de eliminar aqueles que reclamam pela minha colaboração” nomeou o bispo de Angra sublinhando que para estes “o sofrimento fica sem sentido porque lhes falta o amor e a morte torna-se tabu porque lhe falta a ressurreição para lhe projectar a luz da vida nova”.

“O moderno acaba por se transformar na idolatria do individualismo” precisa o prelado.

Urge, por isso, “sermos anunciadores e testemunhas da ressurreição de Jesus Cristo ao homem de hoje” pois a “cultura atual necessita do fermento da Vida nova do Ressuscitado para se tornar autenticamente humana” destaca.

“O itinerário que nos é descrito pela Palavra de Deus é o mesmo que hoje deve ser assumido por cada um dos cristãos para verdadeiramente fazer a experiência de Cristo Vivo” disse ainda convidando os açorianos para a missão, para a vivência comunitária e para a experiência da Eucaristia.

“A partir do encontro com Cristo Vivo, a nossa vida toma um outro sentido e novos objetivos” refere o bispo de Angra, sublinhando que “deixamos de estar sujeitos ao pensar e ao agir segundo os ditames terrenos, pelo contrário, abriu-se para nós um horizonte novo que nos faz sentir e viver desde agora a experiência de encontro definitivo com Deus”.

“Eis o contraste entre os raciocínios e projetos mundanos e os verdadeiros valores que devem nortear a vida do discípulo de Jesus Cristo”, conclui.

O bispo de Angra, que desejou “uma boa Páscoa” a todos os presentes na Catedral, em Angra do Heroísmo, cidade sede da diocese a que preside desde o passado dia 15 de março, deixou um desafio: “encaremos o nosso mundo e reconheçamos que é urgente dispormo-nos a ser testemunhas desta verdade que nos encanta e nos dá sentido para que os nossos irmãos que ainda vivem na morte do seu individualismo e sem expressão para as suas grandes angústias que os ameaçam possam também viver a alegria do Ressuscitado”.

 

 

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