Amar é ficar em casa

Pelo Pe José Júlio Rocha.

«Estabelecerei a minha aliança contigo e com a tua descendência, de geração em geração.» (Génesis 17, 7)
O Pacto que Deus estabeleceu com Abraão é um pacto eterno: Deus jamais nos abandonará. ‘Deus é fiel à Sua aliança.’ Esta frase ressoa por toda a Bíblia. O termo ‘fidelidade’ tem origem na palavra ‘fé’. É um ato de entrega que não admite vacilações nem quebras.
Hoje, nestes dias tão incertos, a nossa fidelidade à vida, às pessoas, aos compromissos, tem a sua grande prova de fogo. É nos momentos difíceis que se manifesta com mais evidência a verdade de quem somos.
Este é um momento difícil por muitas razões: um vírus obrigou o mundo a fazer uma travagem forçada; estamos, a maior parte de nós, confinados em casa; tememos pela nossa saúde e a dos nossos; muitos de nós vivemos na angústia da incerteza quanto ao nosso trabalho, à nossa pequena empresa; não sabemos quando a vida vai regressar à sua normalidade.
É, por isso, tempo para reavaliarmos a nossa fidelidade à vida. Saibamos organizar o dia. Criar rotinas, pequenos gestos que se repetem e que, agora, se enchem de significado. Não deixemos que a vida nos arraste: sejamos nós a tomar conta da vida. Ficar todo o dia agarrado às notícias da TV ou às redes sociais gera angústia e medo. Já percebemos que ficar em casa é quase um ato de heroísmo.
Hoje, nos Açores, o céu está escuro de tempestade. Apega-se à alma… saibamos que, depois da tempestade, vem sempre a bonança.

 

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