Bispo de Angra desafia famílias a serem exemplares no testemunho da alegria de  Jesus Cristo ressuscitado

Prelado insular presidiu à Missa dominical na Sé e lembrou que o caminho da vida de um cristão é semelhante ao dos dois discípulos de Emaús

O bispo de Angra desafiou hoje os diocesanos açorianos a meditarem no caminho do seu sofrimento a partir do relato evangélico proclamado em todas as igrejas neste III Domingo de Páscoa e sejam capazes de transformar a sua vida tal como os dois discípulos de Emaús.

A reflexão dominical de D. João Lavrador, na homilia da missa a que presidiu na Sé de Angra, e que foi transmitida pelos órgãos de comunicação social e digital, à semelhança do que acontece desde que foram suspensas as celebrações comunitárias com a participação de fieis, no passado dia 16 de março, abordou o relato evangélico que envolve os “discípulos de Emaús”, que tardaram em reconhecer Jesus ressuscitado, após terem abandonado Jerusalém.

D. João Lavrador referiu que nestas figuras se apresentam os caminhos da vida marcados pelo “sofrimento, perplexidade, incapacidade para entender, fragilidade e desilusão” mas também a capacidade de se abrir à graça de Deus e inverter o caminho do medo e da paralisia.

“O caminho que nos é relatado por estes dois discípulos anónimos, que presenciaram o drama da entrega de Jesus e da sua morte, depois de terem colocado toda a esperança neste homem,  Jesus de Nazaré, que passou fazendo o bem, entusiasmou populações e que morreu injustamente, é o da desilusão mas é igualmente um caminho de transformação” salientou o prelado diocesano insular.

“Este caminho é um convite a nós percebermos o que somos na nossa pequenez e, sobretudo, a percebermos a necessidade que temos de Deus, de Alguém que nos ajude a fazer uma releitura da nossa vida sempre numa perspetiva de esperança e de confiança”.

“Neste caminho somos convidados a transformar a imagem de Deus, isto é, a perceber em que Deus acreditamos: se é no Deus que construímos na nossa cabeça, de acordo com a nossa herança cultural ou ritual ou se é um Deus vivo, que está presente na nossa vida”, disse ainda o prelado chamando a atenção para as etapas que este caminho pressupõe: a desilusão, a abertura ao encontro com Deus e a conversão do coração, que impele à missão.

E, neste caminho, avança D. João Lavrador “não estamos sozinhos” pois o “Deus vivo, caminha connosco, interpela-nos, ajuda-nos a discernir”.

Citando o Evangelho interpelou “`Não sabíeis?´ Precisamos que Jesus caminhe connosco, porque o amor é a única coisa que nos aproxima, que nos faz comungar da vida e brota a verdadeira conversão”.

D. João Lavrador desafiou os diocesanos, que neste momento estão impedidos de participar na Eucaristia, que possam fazer das suas casas verdadeiras igrejas.

“Convidemos Jesus a entrar nas nossas casas, façamos com que Ele participe nas nossas igrejas domésticas, através da oração, da partilha fraterna, reconheçamos em família como Ele é importante, e projetemos esta ideia de comunhão na nossa comunidade para que quando regressarmos possamos viver melhor nas nossas comunidades cristãs”.

“Há tantas realidades que nos afastam da missa dominical, onde através do gesto da ceia pascal experimentamos que Jesus está ali… Temos de ser capazes de as vencer”, exortou ao lembrar que “há uma humanidade desalentada e desanimada a quem nós cristãos precisamos de anunciar e testemunhar a alegria de vivermos com Jesus”.

Desde que foi decretado o confinamento e que a Igreja suspendeu as celebrações comunitárias com a participação de fiéis, o bispo de Angra tem presidido dominicalmente à Missa na Catedral, em Angra do Heroísmo.

 

 

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