D. Manuel Martins lançou nova edição dos «Pregões de Esperança»

Bispo emérito de Setúbal acredita que vão chegar «dias melhores».

O bispo emérito de Setúbal, D. Manuel Martins, apresentou esta quarta-feira uma reedição do livro “Pregões de Esperança”, obra dedicada à reflexão que o prelado realizou à volta da temática social.

 

Em declarações à Agência ECCLESIA, no salão nobre dos Paços do Concelho de Setúbal, D. Manuel Martins reconheceu que, na base desta nova edição, revista e aumentada, esteve o “objetivo de elevar a alma, o ânimo do país”, num tempo marcado pela dificuldade.

 

“Bem precisamos de uma mensagem de esperança”, frisou o primeiro bispo de Setúbal, que serviu a diocese sadina entre 1975 e 1998.

 

Tal como a primeira edição dos “Pregões de Esperança”, lançada em 1997 por iniciativa da Cáritas Diocesana de Setúbal, a obra renovada reúne “artigos, mensagens e poemas” dedicados à temática social, que D. Manuel Martins foi escrevendo ao longo dos anos.

 

Segundo a Paulinas Editora, responsável pela reedição do projeto, em 160 páginas o bispo emérito aborda com “frontalidade” a situação do país e da Diocese de Setúbal, um dos territórios mais afetados pela crise.

 

Dá conta também da sua “sensibilidade social” e do seu empenho na causa dos “mais desfavorecidos”.

 

Para D. Manuel Martins, um bispo tem sempre esta “obrigação” de estar atento às realidades mais problemáticas, e foi isso que “procurou” fazer, ainda que os frutos não sejam completamente visíveis.

 

No mundo atual, por vezes fica a sensação que ao “pregar-se a esperança está-se a alienar as pessoas”, lamenta o prelado, que no entanto acredita que a sociedade “há-de dar a volta”.

 

“Este mundo está a parir outro mundo, uma civilização nova. Nós estamos em autênticas dores de parto, muito dolorosas, mas a criança há-de nascer bem e vamos ter dias melhores”, complementa.

 

O professor Marcelo Rebelo de Sousa, responsável pela apresentação do livro, destacou a “atualidade” das ideias de D. Manuel Martins, compiladas pela primeira vez há 17 anos.

 

“Trata-se de chamar a atenção para um país com problemas económicos e sociais, para as desigualdades, injustiças, para aquilo que cada um pode e deve fazer, para o papel dos cristãos”, apontou.

 

Já a irmã Eliete Duarte, da Paulinas Editora, enalteceu o papel que o primeiro bispo de Setúbal desempenhou na região, uma “ação pastoral” que foi “muito além” da missão episcopal.

 

“Sobretudo pela grande intervenção que tinha no campo social e da Doutrina Social da Igreja”, pela forma como era capaz de “arregaçar as mangas” e de estar “no terreno”, explica a religiosa.

 

Para aquela responsável, a publicação quer sobretudo dizer às pessoas que, “apesar da crise, há muitos mais caminhos de esperança” para trilhar “e é isso que D. Manuel Martins tem feito”, conclui.

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