Diocese de Angra apresenta exortação pós sinodal “A Alegria do Amor”

Iniciativas decorrem na Terceira, em São Miguel e no Faial

O bispo de Angra  vai apresentar na próxima sexta feira, dia 6 de maio, a exortação apostólica do papa Francisco, “ A Alegria do Amor”.

A iniciativa, dinamizada pelo Serviço Diocesano da Pastoral familiar, decorrerá no Salão do Seminário Episcopal de Angra, a partir das 20h30 e envolve a participação de vários movimentos ligados à pastoral familiar e laicado.

Além da intervenção do bispo de Angra, D. João lavrador, a sessão conta ainda com uma intervenção do responsável local pela pastoral familiar e o testemunho de um casal.

O modelo repete-se  em São Miguel, no dia 18 de maio, no salão nobre do Convento dos Franciscanos, na ouvidoria da Lagoa, integrado na Semana da Vida  e no dia 1 de junho, na Horta, no auditório da Biblioteca Pública e Arquivo da Horta.

O Papa publicou no passado mês de março a sua nova exortação apostólica sobre a Família, uma reflexão que recolhe as propostas de duas assembleias do Sínodo dos Bispos (2014 e 2015) e dos inquéritos aos católicos de todo o mundo.

Francisco fala da ‘Amoris laetitia’ (A Alegria do Amor) como um documento com “os pés assentes na terra”, que começa a partir das Sagradas Escrituras no primeiro capítulo, falando num encontro entre homem e mulher que “cura a solidão”, originando “a geração e a família”.

Ao longo de nove capítulos, em mais de 300 pontos, o Papa dedica a sua atenção à situação atual das famílias e os seus numerosos desafios, desde o fenómeno migratório à “ideologia de género”; da cultura do “provisório” à mentalidade “antinatalidade”, passando pelos dramas do abuso de menores.

A exortação apresenta um olhar positivo sobre a família e o matrimónio, face ao individualismo que se limita a procurar “a satisfação das aspirações pessoais”.

O Papa observa que a apresentação de “um ideal teológico do matrimónio” não pode estar distante da “situação concreta e das possibilidades efetivas” das famílias “tais como são”, desejando que o discurso dos católicos supere a “simples insistência em questões doutrinais, bioéticas e morais”.

Nesse sentido, propõe uma pastoral “positiva, acolhedora, que torna possível um aprofundamento gradual das exigências do Evangelho”.

“Somos chamados a formar as consciências, não a pretender substituí-las”, insiste.

Francisco passa em revista vários elementos centrais do ensinamento da Igreja acerca do matrimónio e da família, com atenção especial ao tema da “indissolubilidade”, da “sacramentalidade” do casamento, da transmissão da vida e da educação dos filhos.

Um dos capítulos é uma leitura exegética do chamado “hino ao amor” de São Paulo (1 Cor 13, 4-7), com vários conselhos que são uma presença constante nas catequeses do Papa, centrados em três “palavras-chave”: “Com licença, obrigado, desculpa”.

A respeito da fecundidade e do caráter “gerador” do amor, o texto retoma uma advertência de São João Paulo II, explicando que a paternidade responsável não é “procriação ilimitada”.

A exortação pós-sinodal lamenta que alguns fiquem “indiferentes” aos sofrimentos das famílias pobres e mais necessitadas e, numa nota para o interior da Igreja, sublinha que as famílias são “sujeito” e não apenas objeto de evangelização.

O Papa observa que “os ministros ordenados carecem, habitualmente, de formação adequada para tratar dos complexos problemas atuais das famílias”, considerando necessário melhorar a formação psicoafetiva dos seminaristas.

“Pode ser útil também a experiência da longa tradição oriental dos sacerdotes casados”, acrescenta.

Francisco dedica um capítulo à educação dos filhos, realçando que a “obsessão” não é positiva, dado que “não é possível ter o controlo de todas as situações”.

“O Evangelho lembra-nos também que os filhos não são uma propriedade da família, mas espera-os o seu caminho pessoal de vida”, precisa.

A reflexão alude à espiritualidade conjugal e familiar, “feita de milhares de gestos reais e concretos” e recorda que “nenhuma família é uma realidade perfeita”.

“Não percamos a esperança por causa dos nossos limites, mas também não renunciemos a procurar a plenitude de amor e comunhão que nos foi prometida”, conclui o Papa.

Esta iniciativa da diocese de Angra repete o modelo de apresentação da Enciclica Laudato Si que também foi feita pubicamente com o Bispo de Angra, D. António de Sousa Braga, sacerdotes e leigos.

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