Diocese de Angra celebra 10 jubileus sacerdotais no próximo domingo

Missa na Sé será presidida pelo bispo D. João Lavrador

No próximo dia 25 de junho a Sé de Angra vai receber a celebração dos jubileus sacerdotais de 10 presbíteros diocesanos, um dos quais a exercer o seu ministério na diáspora, nos EUA.

A concelebração da Sé será às 18h00, é um dos momentos festivos no final do ano pastoral, e será presidida pelo bispo de Angra, D. João Lavrador.

Entre os sacerdotes diocesanos insulares,  que comemoram o jubileu da sua ordenação presbiteral, estão dois que celebram bodas de ouro. Os padres Raimundo Bulcão e Manuel Garcia da Rosa, ambos naturais do Faial, foram ordenados há 60 anos.

Numa entrevista ao programa de rádio Igreja Açores o sacerdote lembra que os tempos hoje “são outros e muito diferentes”. Desde logo no que respeita às liberdades concedidas aos seminaristas mas também no exercício do magistério.

“A disciplina era muito importante mas em muitos casos demasiado rígida” recorda o sacerdote sublinhando que hoje os jovens padres não têm tempo para aprender a serem padres.

“Quando saíamos do Seminário havia como que um período de estágio em que os mais novos aprendiam com os mais velhos. Ninguém saía pároco imediatamente. Éramos colocados em paróquias com os padres mais experientes, para com eles aprendermos”, frisa o Pe. Raimundo Bulcão.

“Agora os jovens sacerdotes são ordenados e saem imediatamente para uma ou mais paróquias e ao fim de semana, por exemplo, desdobram-se numa correria para as celebrações e depois falta tempo para o essencial: ler, refletir, rezar e acolher as pessoas” lamenta o sacerdote frisando que falta “sobretudo tempo para acolher e ouvir as pessoas” .

De entre os sacerdotes jubilados contam-se ainda dois que celebram meio século de ordenação a saber: o Pe. António Machado Alves, residente na Graciosa e o Pe. Victor Vieira, dos Arrifes.

Já a celebrar as bodas de prata da ordenação sacerdotal, ou seja 25 anos,  estão os Padres Jaime Silveira, natural das Flores e José Júlio Rocha, natural da ilha Terceira, ambos professores no Seminário Episcopal de Angra, bem como Paulo Batista, Pedro Tavares Carreiro e Valter Correia, de São Miguel.

Em declarações ao programa de rádio Igreja Açores, o Pe. Júlio Rocha, professor no Seminário Episcopal de Angra e pároco em Porto Martins e na Fonte Bastardo, de onde é natural, fala do tempo imediatamente a seguir à ordenação.

“Tínhamos uma ideia do sacerdote como um pastor, com uma dimensão social muito acentuada” precisou lembrando que o que dominava era a ideia de que a “igreja é serva de Jesus e dos homens e o padre é a ponte entre Deus e o povo”.

“Hoje, as coisas mudaram e o papel do sacerdote está associado a uma ideia um pouco mais conservadora, mais ritualista e mais dogmática” frisa ainda destacando que naquele tempo o “concilio Vaticano II ainda espalhava o seu perfume de uma forma intensa”.

Sobre a trajetória destes 25 anos, o professor do Seminário, doutor em Teologia Moral, recorda a “ingenuidade daquele tempo” quando “pensava que tinha nas minhas mãos a capacidade de mudar o mundo”.

“Ao longo destes anos aprendi a confiar na graça de Deus para essa tarefa” mas reconhece que foi uma “aventura que valeu a pena e se fosse necessário embarcaria de novo nessa aventura sem hesitação”.

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