Faleceu o Padre António Cassiano

Missa de corpo presente e funeral decorrem amanhã nas furnas, às 15h00

Faleceu este sábado em Ponta Delgada o padre António Cassiano, natural das Furnas, vítima de doença prolongada. A missa de corpo presente será celebrada amanhã, domingo dia 13 de junho, na Igreja paroquial das Furnas, às 15h00, e será presidida pelo Vigário Episcopal da Vigararia Nascente, cónego Adriano Borges.

O sacerdote, que há dois anos se aposentou, serviu em várias comunidades, de São Jorge a São Miguel, onde cumpriu a última missão como pároco de São Pedro, em Vila Franca do Campo e diretor do jornal A Crença.

O padre António Cassiano tinha 78 anos de idade e 45 anos de ordenação sacerdotal. Ingressou no Seminário de Angra com 10 anos de idade, em 1954. Completados os estudos teológicos foi ordenado na Sé de Angra, a primeira paróquia onde desenvolveu trabalho pastoral. Foi assistente da Juventude Operária Católica. Foi dirigente sindical e um dos fundadores do Grupo de Reflexão e Ação pastoral (GRAP), fazendo parte de uma geração que entendia que o lugar da Igreja era ao lado dos homens, como escreveram numa homenagem feita em 2015.

O exercício do seu ministério sacerdotal foi feito em Angra, em São Jorge e na ouvidoria de Vila Franca do Campo, primeiro  na Ribeira das Tainhas e na Matriz de São Miguel Arcanjo e depois em São Pedro, onde além do trabalho pastoral foi responsável pela edificação do Centro Paroquial.

Foi diretor do Jornal A Crença durante quase duas décadas.

Em 2015, a propósito do centenário do jornal, o Padre Cassiano, como era tratado pelos paroquianos, numa entrevista ao Vila Em Foco falava das dificuldades que sentia pessoalmente na direção do jornal- “Não sou jornalista de formação mas, na prática, tenho de fazer jornalismo. E faço-o como posso e sei”-; da escassez de recursos financeiros e humanos-  “No que respeita aos conteúdos, sua qualidade e diversidade, dependemos muito dos colaboradores, e estes são generosos mas poucos. Por escassez de recursos económicos, nunca foi possível contratar, nem que fosse a tempo parcial, um jornalista. Daí o amadorismo e a relativa modéstia do jornal na cobertura dos acontecimentos e na abordagem às questões do meio social envolvente, que é sobretudo a Ouvidoria ou o Concelho de Vila Franca do Campo”-.

E, com simplicidade dizia a propósito da linha editorial do jornal, um dos dois que a diocese conserva: “Procuro que o jornal seja, quanto possível, um meio de comunicação ao serviço de uma verdadeira evangelização, daí a demarcação ou rutura com a linha moralista e devocionista de outros tempos. Inspira-me, sobretudo, a doutrina e espírito renovadores do Concílio Vaticano II e, ainda mais, agora, o rumo que o Papa Francisco pretende dar à Igreja”.

Por outro lado, e sendo “A Crença” um jornal de implantação local, dizia que a “a prioridade, na escolha dos conteúdos, vai sobretudo para Vila Franca do Campo, não apenas a Vila mas todo o concelho, no que respeita a informação e opinião. Tento conjugar a “inspiração cristã” à disponibilidade para servir a comunidade local”, afirmava na referida entrevista.

A Câmara Municipal de Vila Franca, em reconhecimento pelo seu trabalho, atribuiu-lhe, em 2007, uma rua com o seu nome. A 20 de maio de 2013 recebeu a insígnia Autonómica de Mérito Cívico atribuída no dia dos Açores pela Assembleia Legislativa dos Açores.

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