Igreja açoriana deve liderar coordenação das respostas aos problemas sociais

Sacerdotes sublinham prioridade da pastoral social para 2016

A Igreja Açoriana quer que o próximo ano pastoral tenha como prioridade as questões sociais seja no seu diagnóstico seja na sua resolução, refere o comunicado da 41ª sessão plenária do Conselho Presbiteral que acaba de terminar em Angra, depois de três dias de reunião.

Os sacerdotes referem que há que “dar prioridade à pastoral social”, naquele que é “o seu verdadeiro significado e alcance” com “necessidade de coordenação e articulação, formação dos intervenientes, numa maior capacidade de liderança e de iniciativa dos membros da Igreja”.

O Conselho apresentou algumas prioridades de ação pastoral, decorrentes da realidade diocesana e de ilha, “acolhidas pelo Bispo Coadjutor”, com o intuito de “planificar e potenciar” as suas várias dimensões “em consonância com as novas formas de pobreza” que atingem o arquipélago.

“Reconhece-se o protagonismo eclesial, que inclui vários organismos e instituições, mas há que envolver toda a comunidade de modo a que responda pastoralmente a três dimensões: instituições da responsabilidade da Igreja; instituições de inspiração cristã e instituições civis”, refere o comunicado a que o Sítio Igreja Açores teve acesso.

Neste campo apela-se a uma “valorização progressiva dos ministérios: diáconos e leigos, que se destinam à evangelização das realidades temporais”.

Realça-se, também, a necessidade da “valorização da família e da presença cristã no mundo do trabalho e na sua vasta problemática”.

Por outro lado, os sacerdotes voltaram a pronunciar-se, pelo terceiro ano consecutivo, sobre as necessidades de acompanhamento da Religiosidade Popular, “reconhecendo e descobrindo os seus valores evangélicos e envolvência emocional e social, que necessita de mais formação, inclusive celebrativa, e de articulação com a planificação diocesana”, destaca o .

“Há que reconhecer e estudar os elementos que podem ser colocados ao serviço da evangelização, mas também ter uma atenção especial às influências nefastas que tentam apropriar-se daquilo que é específico da dimensão religiosa”, frisa.

Neste âmbito, a visita da Imagem Peregrina de Nossa Senhora de Fátima permitiu uma “mobilização e um despertar positivo” de toda a Diocese, dizem os sacerdotes reconhecendo que foi uma oportunidade para “cimentar o sentido de unidade, que se projetará no próximo ano, aquando do centenário das aparições”.

A 41ª sessão plenária do Conselho Presbiteral da Diocese de Angra decorreu entre os dias 1 e 3 do mês de Março, no Seminário Episcopal, em Angra do Heroísmo e nela participaram o Bispo Diocesano, D. António de Sousa Braga, o Bispo Coadjutor, D. João Lavrador, 10 membros em função do cargo e 18 membros eleitos.

O instrumento de trabalho centrou-se em 3  questões: “Vida Pastoral Diocesana: realidades, sonhos e esperanças. Que prioridades pastorais são apontadas pela realidade?”;  “Visita da Imagem Peregrina de Nossa Senhora de Fátima à Diocese de Angra: avaliação e projeção pastoral” e “Celebração do Ano da Misericórdia: situação real da sua implementação na diocese”.

A vivência do Ano Santo da Misericórdia, coincidindo com as comemorações do cinquentenário da celebração do Concílio Vaticano II, “deverá ser assumida comouma pedagogia pastoral para o futuro”, que permitirá a “valorização da importância da família, e que se traduz numa atitude fundamental de acolhimento por parte dos agentes de pastoral em espaços e tempos preparados para isso”, refere ainda o comunicado.

“Este ano permitirá revalorizar a vivência sacramental, sobretudo do sacramento da Reconciliação, e de toda a pastoral social”, conclui deixando um apelo para que estas prioridades sejam “acolhidas e aprofundadas” no próximo Conselho Diocesano Pastoral que se realiza de 3 a 5 de junho, em São Miguel.

O plenário aprovou um parecer favorável, “como sinal de gratidão e reconhecimento à generosa dedicação e proximidade” do Bispo de Angra, D. António ao serviço da Igreja dos Açores, durante as últimas duas décadas. Manifestou igualmente o seu acolhimento ao Bispo Coadjutor, D. João Lavrador, reconhecendo “a sua pronta generosidade” em servir a Igreja Diocesana.

Os trabalhos começaram com uma intervenção do Bispo Coadjutor que pediu realismo aos sacerdotes e um compromisso na adequação “dos sonhos de cada um à realidade concreta de cada paróquia, de cada ilha e da diocese”.

Neste conselho ficou, ainda, um apelo do ecónomo da diocese, que apresentou as contas relativas ao ano pastoral de 2015, no sentido “da  necessidade de cumprimento em consciência das obrigações económicas” de todos os agentes de pastoral. O Pe Adriano Borges realçou ainda o trabalho desenvolvido ao nível da manutenção e conservação dos imóveis diocesanos.

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