Ministros Extraordinários da Comunhão são “agentes” da Misericórdia e não “tarefeiros”

Pe Luís Leal, Diretor do Serviço Nacional da Acólitos orienta formação dos MEC´s na diocese de Angra

O Diretor Nacional do Serviço de Acólitos iniciou esta terça feira à noite, em Ponta Delgada, a primeira de quatro sessões de formação para Ministros Extraordinários da Comunhão (MEC´s) como “ministros da misericórdia” e não “apenas como tarefeiros que distribuem comida”.

A iniciativa promovida pelo Serviço Diocesano da Pastoral litúrgica, realizou-se no Centro Pastoral Pio XII e reuniu mais de 150 pessoas, oriundas de várias paróquias de São Miguel.

“Esta dimensão da misericórdia é muito importante não apenas no sentido do perdão dos pecados mas da caridade” disse ao Sítio Igreja Açores o Pe Luís Leal sublinhando que “o Ministro Extraordinário da Comunhão leva o sacramento da comunhão aos mais desprotegidos e a igreja vai até junto deles”.

Como “agente da misericórdia divina, o Ministro leva a presença da igreja e da comunidade cristã até junto de um doente que, na sua fragilidade humana, sente a presença de Cristo sacramentado”, precisa o pe Luís Leal.

“Assim o MEC acaba por realizar as obras de misericórdia quer as corporais quer as espirituais porque quando visita os doentes, por exemplo, ele não é um mero tarefeiro; não é apenas alguém que vai entregar comida ao domicilio”, refere ainda o sacerdote do patriarcado de Lisboa.

Nesta primeira formação, que se realizou na ouvidoria de Ponta Delgada, o sacerdote lembrou, ainda, que o MEC não leva apenas Nosso Senhor, através da comunhão “leva também a palavra para alimentar o espirito”, seja aos doentes, aos presos ou a todos que de uma maneira ou de outra estão privados de participar numa Eucaristia.

“Desta forma o MEC está a realizar as Obras de Misericórdia, dando de comer a quem tem fome, de Deus e da palavra”, destacou ainda o sacerdote.

O Pe Luís Leal falou da disponibilidade dos cristãos para esta tarefa que prolonga o trabalho dos sacerdotes e dos diáconos, “estando onde eles não podem estar”

“É um compromisso que resulta de uma participação dos leigos no seio da igreja, mas não é um prémio nem o topo de uma carreira; é um lugar de serviço” diz ainda o sacerdote, lembrando que o MEC  “ acima de tudo é um cristão que, com humildade e simplicidade e muito conhecimento,  deve levar aos outros a comunhão”.

Para o Pe Marco Sérgio Tavares, ouvidor adjunto de Ponta Delgada e membro da equipa diocesana da pastoral litúrgica, os MEC´s “são elementos base no contacto com os doentes e com as pessoas que não podem ir ás igrejas”, mas não devem ser vistos “como meros dispensadores da comunhão e, tal como os acólitos não são empregados de um restaurante, os MEC´s também não são tarefeiros”.

Esta iniciativa que termina na sexta feira, na ilha do Faial, com a presença do responsável diocesano pela pastoral da liturgia, Pe Marco Luciano, decorrerá ainda nas ilhas terceira, esta quarta feira, ás 20h00 no Seminário Episcopal de Angra e no Pico, no dia seguinte à mesma hora, no Santuário do Senhor Bom Jesus. Terminará na Horta, no salão do Bom Pastor da Matriz, ás 20h00 do dia 13 de novembro.

Esta formação incidirá sempre, de acordo com o mesmo esquema, no “aprofundamento do sentido do ministério” e a sua relevância para a execução das obras de misericórdia.

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