Movimento dos Cursilhos de Cristandade apostado na comunhão diocesana

Primeiro passo foi dado no passado fim de semana com o primeiro curso de mulheres com participantes de São Miguel e Terceira

O 191º cursilho de mulheres realizado na diocese de Angra representa um passo mais na caminhada do movimento dos Cursilhos de Cristandade que está apostado em “fazer comunhão diocesana”.

Em declarações ao Sítio Igreja Açores as duas responsáveis pelo Secretariado Diocesano e sub secretariado da ilha de São Miguel, Benvinda Borges e Micá Matos, respetivamente, admitiram que este “foi um passo importante nesse sentido”.

Este fim de semana decorreu em Ponta Delgada, no Centro Pastoral Pio XII, o primeiro cursilho de mulheres co-organizado pelos dois secretariados, que teve a particularidade de ter como reitora e como assistente espiritual, os dois dirigentes do movimento a nível diocesano.

“Foi muito positivo e o Senhor surpreende-nos sempre porque apesar da inquietação sabemos que através da oração chegamos sempre a Ele” disse Benvinda Borges recordando que é “com estes pequenos passos que se forma a comunhão diocesana”.

“No ano passado tivemos aqui uma aproximação entre estas duas ilhas  (São Miguel e Terceira) num encontro de Grupo e Ultreia com dirigentes nacionais; este fim de semana estivemos em cursilho e esta aproximação traz vantagens quer ao movimento quer a nós próprios, através de uma vivência concreta de experiências diferentes e valores diferentes dos nossos”.

Este foi o 191º cursilho de mulheres (na semana anterior tinha-se realizado o 196º cursilho de homens) realizado na diocese de Angra, que já acolheu cursilhos em sete das nove ilhas (nunca se realizaram no Corvo e nas Flores).

“Este é o passo seguinte: a comunhão que conseguimos com São Miguel temos agora de fazer com as restantes ilhas”, acrescentou Benvinda Borges, que cumpre o último ano à frente do Movimento dos Cursilhos de Cristandade.

Micá Matos, que dirige o sub-secretariado de ilha de São Miguel, também sublinha a importância da comunhão: “nunca uma experiência é igual à outra e a sua partilha enriquece-nos”, refere.

Presente há mais de 50 anos na diocese de Angra, quase tantos como os de implantação nacional, a proposta do Movimento dos Cursilhos de Cristandade assenta no essencial do cristianismo, apelando ao coração das pessoas para se debruçarem sobre o essencial que é o Amor de Deus, partilhado através da amizade.

Por isso, diz o assistente diocesano do Movimento , Pe Júlio Rocha, ”os desafios são os de sempre: modernizar as estruturas da igreja com sangue novo , com gente que quer mudar para melhor o que precisa ser mudado”.

“A experiência de Deus num cursilho marca para toda a vida” e a prova disso é que a maior parte dos leigos comprometidos na diocese participou num cursilho, salienta ainda o responsável .

“Os passos a dar têm que ser necessariamente de renovação, numa mistura entre mais velhos e mais novos, numa maior relação entre as ilhas” para que o mar “nos aproxime em vez de nos seprarar”, frisou o sacerdote.

O segundo assistente deste cursilho foi o Pe Nuno Maiato que, também, destacou esta perspetiva diocesana.

“Este movimento é a prova de que apesar das dificuldades é possível promover uma pastoral diocesana assente na realidade dos movimentos e de uma verdadeira comunhão”.

O cursilho que se realizou em Ponta Delgada foi o último do ano pastoral na diocese e terminou na Igreja Paroquial de São José com uma Eucaristia, presidida pelo assistente diocesano do movimento que pediu “entrega e disponibilidade” para levar por diante a vontade de contagiar os outros com o Amor de Deus, “onde quer que estejam seja na família, no trabalho ou nos compromissos sociais”.

A partir do salmo 28- “O Senhor é meu Pastor nada me faltará”- o pe Júlio Rocha destacou que ,apesar das dificuldades da vida, “que são muitas”, nenhum cristão “deve ter medo”.

O Movimento dos Cursilhos de Cristandade nasceu em Espanha, mais concretamente em Maiorca e está espalhado por todo o mundo.

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