Movimento dos Cursilhos de Cristandade desafiado a «espiritualidade de comunhão»

Movimento consagrou-se hoje a Nossa Senhora de Fátima na Capelinha das Aparições. 60 açorianos presentes

D.João Brás de Aviz, enviado do Papa Francisco à V Ultreia Mundial de Cursilhos de Cristandade, que decorre até este domingo na Cova da Iria, quer que os participantes construam “uma espiritualidade de comunhão”, desafio lançado a toda a Igreja.

O Movimento dos Cursilhos de Cristandade apresentou-se como “um forte curso de evangelização e aprofundamento da Fé”, sendo hoje necessário “a construção de uma espiritualidade de comunhão: passarmos a uma vida de família entre todos os carismas, com todas as realidades que a Igreja vive”, afirmou o delegado pontifício à Ultreia Mundial dos Cursilhos que culmina a presidência portuguesa do Comité Executivo do Organismo Mundial dos Cursilhos.

Pela segunda vez em Portugal, o cardeal D. João Brás de Aviz afirma o desafio que o Papa lança a todos: “uma vivência autêntica e simples do Cristianismo”.

“O carisma do Cursilho apresenta como objetivo a transformação dos ambientes. Cada pessoa que participa vem de um contexto e regressa a um ambiente tornando-se agente de transformação. Isto é atual e deveria ser efectivado com esta perspetiva de comunhão”, disse o cardeal que presidiu a esta Ultreia na qual participaram 60 açorianos.

“Foi um momento muito alto da nossa vida em que pudemos partilhar experiências e ver que afinal os nossos problemas são os de outros e ouvir e partilhar as suas experiências foi muito bom” disse ao Sítio Igreja Açores Telmo Sequeira, o presidente do Secretariado Diocesano do Movimento.

“Ele partilhou connosco a ideia do Papa de que é necessário que as pessoas despertem para a realidade do mundo, para sermos persistentes e não nos deixemos ir abaixo”, reforçou ainda Telmo Sequeira lembrando que os cursilhos são “um exemplo da ação da igreja de acordo com o Papa Francisco”.

Entre os presentes em Fátima estiveram três assistentes do Movimento nos Açores, os padres Pedro Lima, Davide Barcelos e José Cláudio.

Em declarações ao Sítio Igreja Açores o Pe. Pedro Lima destacou que o “movimento está vivo” e que neste momento “o grande desafio é despertar as pessoas, sobretudo os mais novos para a importância e inserção deste movimento na realidade concreta”.

“Os Cursilhos estão inseridos numa ideia de igreja em mudança, em reforma, tal como nos propõe o Papa Francisco”, precisou.

À Agência Ecclesia o presidente do Comité Executivo do Organismo Mundial do Movimento Cursos de Cristandade, Francisco Salvador, afirma a vontade de falar “de Deus aos homens” e “proporcionar o encontro de cada pessoa com Deus”.

“Acreditamos que os Cursilhos são uma resposta que a Igreja pode dar para corresponder aos desafios, lançados por Francisco, de ir ter com os mais afastados”.

A V Ultreia Mundial, que acontece de quatro em quatro anos, tem como tema «É hora dos cursilhos».

O movimento promoveu hoje a sua consagração a Nossa Senhora de Fátima, com a presença do cardeal-patriarca de Lisboa, D. Manuel Clemente, além do cardeal Braz de Aviz e de D. Francisco Senra Coelho.

Portugal esteve na presidência do Comité Executivo do Organismo Mundial do Movimento Cursos de Cristandade (MCC) que coordena cerca de 8 mil pessoas, em 39 países, espalhados em cinco continentes.

A realização da V Ultreia Mundial em Portugal é uma ocasião para “chamar a atenção do mundo e das dioceses de Portugal para este movimento que tem tanto para dar”, indica Francisco Salvador que assinala a oportunidade de unir o MCC ao Centenário das Aparições em Fátima.

Nos últimos quatro anos a presidência portuguesa conseguiu ver aprovados os estatutos do Movimento pela Santa Sé e a publicação em oito idiomas do livro de ideias fundamentais.

O MCC, movimento laical que nasceu em Palma de Maiorca (Espanha), em 1949, tem reconhecimento canónico pela Santa Sé como “estrutura de coordenação, promoção e difusão da experiência dos Cursilhos de Cristandade”.

(Com Ecclesia)

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