O trabalho voluntário em situações de emergência tem de colocar as vítimas no centro, diz Alexandra Menezes

Voluntária da Together Internacional prestou auxilio às vitimas do sismo na Turquia

Alexandra Menezes é formada em Psicomotricidade e acaba de regressar de um período curto de voluntariado junto das vitimas do sismo da Turquia.

A ex-pioneira do agrupamento 154-Agualva do CNE integrou uma das equipas da ONG Together Internacional, ligada às Nações Unidas, e procurou dar apoio nos campos de desalojados que emergiram depois do abalo de terra, que devastou uma série de cidades da Turquia.

“Foi uma experiência muito intensa mas também muito gratificante embora o coração não tenha vindo cheio por ter sido pouco tempo”, refere na entrevista ao programa de rádio Igreja Açores que foi para o ar este domingo no Rádio clube de Angra e na Antena 1 Açores e que pode ouvir aqui.

A jovem terceirense, que desde o 12º ano tem desenvolvido várias missões como voluntária, lembra que o mais importante são as vítimas.

“O trabalho que desenvolvemos na área da psicomotricidade não é entreter nem desenvolver atividades pontuais. O trabalho voluntário nesta área tem de ser de capacitação: lançar as sementes para que depois de uma primeira fase de emergência as pessoas possam continuar a ter apoio”, refere.

“O objetivo desta organização, que desenvolve atividade em Portugal e na Ucrânia visa criar centros comunitários de apoio psicossocial para pessoas  que estão desalojadas, procurando humanizar este espaço de acolhimento” explica, lembrando que neste tipo de acidentes que se traduzem na perda do sentido da vida- muitas pessoas perderam tudo mesmo- não podemos prestar apenas apoio básico e essencial”.

“Não conseguimos medir a dor da perda que tantos homens e mulheres tiveram depois do sismo, e por isso temos de lhes dar mais alguma coisa restabelecendo relações, fazendo comunidade”.

Nesta entrevista, a psicoterapeuta fala ainda do projecto que desenvolve na área do apoio à população idosa, nomeadamente através do projecto Universidade Sénior da ilha Terceira, e do projecto Stop idadismo,  uma corrente que combate o preconceito em relação à idade das pessoas.

O projecto Universidade Sénior começou em 2015 na Casa dp Povo da Santa Bárbara e hoje conta com vários participantes de toda a zona do concelho de Angra. O projecto desenvolve-se através de um sistema de aulas, cujos horários são fixados pelos próprios alunos, que visa dotar os mais velhos de competências, estimulando a aprendizagem ao longo da vida e a ocupação dos tempos livres, de uma população cuja esperança média de vida é bastante elevada.

Na universidade sénior desenvolvem-se disciplinas de arte plástica, teatro, música, cultura em geral, num total de 9 disciplinas.

A entrevista pode ser ouvida na integra aqui.

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