Ouvidoria de Ponta Delgada dá pontapé de saída no processo de consulta sobre o Sínodo de 2015

Responsáveis da equipa diocesana encontram-se com movimentos da ouvidoria ligados à família

A ouvidoria de Ponta Delgada quer começar a debater já as questões colocadas pelo Vaticano para a preparação da Assembleia Ordinária do Sínodo dos Bispos que se realiza no próximo mês de outubro.

A reunião desta sexta feira, no Centro Paroquial da Matriz, em Ponta Delgada, a partir das 20h30, entre os responsáveis diocesanos, os casais de ligação ao nível das 18 paróquias da Ouvidoria de Ponta Delgada e os representantes dos movimentos ligados à pastoral da familia- Movimento dos Cursos de Cristandade, Movimento dos Romeiros, Centro de Preparação para o Matrimónio, Famílias Novas (Focolarinos), Famílias de Nazaré, Encontros Matrimoniais e Equipas de Nossa Senhora- será um primeiro momento para refletir sobre as atividades a desenvolver este ano, a organização da pastoral em termos territorias e o inicio da reflexão sobre as 46 questões colocadas  pela Santa Sé a todas as dioceses do mundo, com vista à preparação da segunda assembleia sinodal sobre esta problemática.

Recordo que na diocese de Angra será o Serviço Diocesano de Apoio à Pastoral Familiar e Laicado que liderará o processo de auscultação e fará o documento base que o prelado diocesano enviará para a Conferência Episcopal Portuguesa.

Um documento que estará pronto a 28 de fevereiro e que será enviado para Lisboa como um contributo da Diocese de Angra.

O documento preparatório para assembleia de bispos que se realiza neste ano de 2015 apresenta perguntas sobre os mais variados temas, entre os quais a pastoral sacramental em relação aos divorciados “que precisa de um novo aprofundamento”, assinala o texto, que acrescenta as questões e algumas reflexões ao relatório final da assembleia geral extraordinária do Sínodo que decorreu em outubro de 2014.

O documento pede sugestões para “precaver formas de impedimentos indevidos ou desnecessários”, no caso destas pessoas, que estão atualmente afastadas do acesso à Comunhão.

“Como tornar mais acessíveis e ágeis, de preferência gratuitos, os procedimentos para o reconhecimento dos casos de nulidade?”, é outra das perguntas.

“O cuidado pastoral das pessoas com tendência homossexual coloca hoje novos desafios, devido também à maneira como são socialmente propostos os seus direitos”, pode ler-se, na versão original, em italiano, divulgada pela sala de imprensa da Santa Sé, no qual se fala na necessidade de uma pastoral com a “arte do acompanhamento”.

Os ‘lineamenta’ apelam, ainda, a um compromisso mais efetivo na “transmissão da vida”, para enfrentar o “desafio da quebra da natalidade”.

“Como é que a Igreja combate a chaga do aborto, promovendo uma cultura eficaz da vida?”, questiona-se.

As perguntas abordam as questões ligadas às uniões de facto e casamentos civis, alertando também para a “difusão do relativismo cultural na sociedade” que leva à “rejeição, por parte de muitos, do modelo de família formado pelo homem e a mulher unidos no vínculo matrimonial e aberto à procriação”.

“Como ajudar quem vive em uniões a decidir-se pelo matrimónio?”, pergunta

Neste sentido, pedem-se “respostas fiéis e corajosas” para um novo anúncio do “Evangelho da Família”, também junto das “situações extremas”.

O documento refere-se à “relevância da vida afetiva”, ao “desejo de família” e à “grandeza e beleza do dom da indissolubilidade” do matrimónio.

O anúncio da mensagem cristã sobre a família implica ainda a luta por “condições para que cada família seja como Deus quer e venha a ser socialmente reconhecida na sua dignidade e missão”.

A este respeito, há um apelo à “denúncia franca dos processos culturais, económicos e políticos que minam a realidade familiar”.

Os ‘lineamenta’ recordam um dos temas mais debatidos na assembleia extraordinária de outubro, a preparação para o matrimónio e o acompanhamento dos casais nos primeiros anos de vida a dois, questionando sobre os “percursos” e propostas de formação que existem.

Nesta reunião, que será dirigida pelo ouvidor de Ponta Delgada que é também o responsável pelo Serviço Diocesano da Pastoral familiar, Pe José Medeiros Constância, haverá, igualmente uma preparação da Festa de São Sebastião (Matriz de Ponta Delgada) que se realiza no dia 18 de janeiro, pelas 17h00, que terá, este ano, um enfoque muito especial nas questões da família.

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