Papa apela à paz na Colômbia

Diálogo entre Governo e guerrilha tem contado com a mediação da Igreja Católica e do regime cubano

 O Papa apelou hoje à paz e ao diálogo na Colômbia, manifestando o seu apoio às negociações entre Governo e guerrilha que têm contado com a mediação da Igreja Católica.

“Neste momento, sinto-me no dever de dirigir o meu pensamento para a amada terra da Colômbia, consciente da importância crucial do momento presente, em que os seus filhos, com renovado esforço e movidos pela esperança, procuram construir uma sociedade em paz”, disse, no final da Missa a que presidiu na Praça da Revolução, em Havana, capital de Cuba.

“Por favor, ajudemo-nos! Não temos o direito de permitir-nos mais um fracasso neste caminho de paz e reconciliação”, pediu ainda.

Em agosto, as FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) pediram um encontro oficial com o Papa Francisco; o grupo tinha-se reunido com membros do episcopado colombiano, na capital cubana.

O Vaticano rejeitou a realização deste encontro, mas Francisco quis colocar o tema na agenda da sua viagem a Cuba, pedindo que “o sangue derramado por milhares de inocentes, durante tantas décadas de conflito armado, unido ao sangue do Senhor Jesus Cristo na Cruz, sustente todos os esforços que se estão a fazer, inclusivamente nesta bela Ilha, para uma reconciliação definitiva” na Colômbia.

“E assim a longa noite de dor e violência, com a vontade de todos os colombianos, se possa transformar num dia sem ocaso de concórdia, justiça, fraternidade e amor, no respeito das instituições e do direito nacional e internacional, para que a paz seja duradoura”, acrescentou.

O Papa agradeceu ao presidente cubano, Raúl Castro, “por todo o trabalho que faz nesta reconciliação”.

Após a recitação da oração do ângelus, o Papa convidou os milhares de participantes na celebração a rezar “pelos que perderam a esperança, não encontrando motivo para continuar a lutar e pelos que sofrem a injustiça, o abandono e a solidão”.

“Peçamos pelos idosos, os doentes, as crianças e os jovens, por todas as famílias em dificuldade para que Maria enxugue as suas lágrimas, os console com o seu amor de Mãe, lhes devolva a esperança e a alegria”, continuou.

Francisco recordou a importância, na vida dos cristãos, de estar “junto da cruz do irmão que sofre”, de “cada irmão que tem fome ou sede, que está nu, preso ou doente”.

Antes, o Papa foi saudado pelo cardeal Jaime Ortega, arcebispo de Havana, que lhe agradeceu pela sua intervenção no restabelecimento de relações diplomáticas entre Cuba e os EUA, um gesto que promove ainda a “reconciliação” entre todo os cubanos, dentro e fora da ilha.

No final da celebração, Francisco regressa à Nunciatura Apostólica, voltando a sair pelas 16h00 locais (21h00 em Lisboa), para uma visita de cortesia ao presidente cubano e ao Conselho dos Ministros da República, no Palácio da Revolução em Havana.

CR/Ecclesia

 

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