Papa apresenta oração como antídoto para a “inquietação”

O Papa apresentou hoje no Vaticano a oração como um antídoto para a “inquietação” contemporânea, sublinhando a necessidade de “abertura à vontade de Deus”, na vida cristã.

Na audiência semanal, com transmissão online a partir da biblioteca do Palácio Apostólico, Francisco desafiou os católicos a rezar de forma “simples”: “Senhor, o que quiseres, quando quiseres e como quiseres”.

“Quantos fiéis vivem deste modo a sua oração. Os que são humildes de coração rezam assim, com humildade essencial, digamos assim, com humildade simples: Senhor, o que quiseres, quando quiseres e como quiseres”, apontou.

“Rezam assim, não irritando-se porque os dias são cheios de problemas, mas indo ao encontro da realidade e sabendo que no amor humilde, no amor oferecido em cada situação, nos tornamos instrumentos da graça de Deus”, acrescentou.

O Papa convidou a colocar a vida nas “mãos do Senhor”, numa oração que “todos podem rezar, quase sem palavras”.

“A oração sabe acalmar as nossas inquietações, sabe transformá-las em disponibilidade”, declarou.

“Queremos sempre as coisas mesmo antes de as pedirmos. Queremos tudo já, já, mas a vida não é assim. Esta inquietação faz-nos mal”, afirma.

Francisco sublinhou que, na oração, os católicos devem pedir que Deus esteja presente “em todos os passos do caminho”.

“Que não nos deixe sós, que não nos abandone na tentação”, prosseguiu.

A catequese centrou-se na figura da Virgem Maria como “mulher orante”, que acompanhou, com a oração, a vida de Jesus e os primeiros momentos da Igreja.

“Maria está ali, com os discípulos, no meio dos homens e mulheres que o Senhor chamou para formar a sua comunidade. Maria não faz de sacerdote, entre eles, não, é a Mãe de Jesus que reza com eles, em comunidade, como uma da comunidade”, referiu o pontífice.

“Tudo termina no seu coração, onde passa pelo crivo da oração e é por ela transfigurado. Sejam os presentes dos Magos, ou a fuga para o Egito, até aquela tremenda sexta-feira da Paixão: Maria guarda e leva tudo no seu diálogo com Deus”, acrescentou.

Francisco apresentou a figura da Virgem Maria como modelo de um coração “aberto à Palavra de Deus, silencioso, obediente”.

“Alguém comparou o coração de Maria a uma pérola de esplendor incomparável, formada e polida pelo acolhimento paciente da vontade de Deus, através dos mistérios de Jesus meditados na oração”, concluiu.

Após a catequese, o Papa deixou várias saudações aos ouvintes, incluindo os de língua portuguesa: “Aprendamos com a nossa Mãe Santíssima a levar ao Senhor, na oração, as nossas alegrias e esperanças, as nossas preocupações e angústias, enfim, tudo aquilo que conservamos no nosso coração”.

Por causa da pandemia de Covid-19, as audiências gerais de quarta-feira estão a decorrer à porta fechada, com transmissão online, através dos canais do Vaticano.

(Com Ecclesia)

 

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