Papa dá voz a «grito das crianças» contra «sistema» que as exclui

Francisco lembra pobreza, violência e escravidão que atinge os mais pequenos

O Papa Francisco denunciou hoje no Vaticano os “dramas” das crianças de todo o mundo que vivem na pobreza ou são vítimas de maus tratos.

“Cada criança marginalizada, abandonada, que vive na rua a mendigar ou com qualquer tipo de expediente, sem escola, sem cuidados médicos, é um grito que chega até Deus e que acusa o sistema que nós adultos construímos”, declarou, perante milhares de pessoas reunidas na Praça de São Pedro, para a audiência pública semanal.

Numa catequese centrada no que chamou de “paixão da infância”, o Papa recordou que muitas destas crianças “são presa de delinquentes, que os exploram para tráficos e negócios indignos, ou os treinam para a guerra e a violência”.

Francisco contestou os que apresentam como solução uma diminuição dos nascimentos, apelando à responsabilidade da sociedade civil em defesa dos mais desprotegidos, inclusive nos países ditos desenvolvidos.

“Muitas crianças, desde o início, são recusadas, abandonadas, privadas da sua infância e do seu futuro. Alguns ousam dizer, como que a justificar-se, que foi um erro fazê-las vir ao mundo. Isto é vergonhoso”, referiu.

“Também nos países ricos, muitas crianças vivem dramas que as marcam de forma pesada, por causa da crise da família, dos vazios educativos e de condições de vida por vezes desumanas. De qualquer forma, são infâncias violadas no corpo e na alma”, acrescentou.

A audiência incluiu a tradicional saudação do Papa aos peregrinos lusófonos presentes na Praça de São Pedro, com um pedido especial para as comunidades católicas, relativamente à sua ação junto dos mais novos.

“Saúdo os peregrinos de língua portuguesa, particularmente os fiéis vindos de Portugal e do Brasil. Queridos amigos, cuidar das crianças significa crer que cada uma delas é um dom de Deus para o mundo. Não poupemos esforços para que elas possam sentir-se sempre acolhidas e amadas nas nossas famílias e nas nossas comunidades. Uma feliz Páscoa para todos!”, disse o Papa argentino.

CR/Ecclesia

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