Papa em Lesbos para denunciar «maior tragédia humana» desde a II Guerra Mundial

Francisco elogiou «generosidade» do povo grego em encontro com Alexis Tsipras

O Papa Francisco disse hoje que a sua visita à ilha grega de Lesbos, no Mar Egeu, tem como objetivo denunciar a “tragédia humana” dos refugiados, que considera a mais grave desde a II Guerra Mundial.

“Esta é uma viagem um pouco diferente das outras, é marcada pela tristeza”, confessou o pontífice aos jornalistas que o acompanharam desde Roma, no voo que aterrou em Mitilene, capital de Lesbos, pouco depois das 10h00 locais (08h00 em Lisboa).

Francisco, que realiza a sua 13ª visita ao estrangeiro, falou de uma “viagem triste”, por causa da situação de milhares de pessoas que atravessam o mar, tentando chegar à Europa.

“Vamos encontrar uma catástrofe humana, a maior desde a II Guerra Mundial”, acrescentou.

O pontífice argentino, que em julho de 2013 esteve na ilha italiana de Lampedusa, falou de um “cemitério no mar”, onde muitas pessoas se afogaram.

“Vamos ver tanta gente que sofre, que é obrigada a fugir e não sabe para onde ir”, referiu.

O Papa foi acolhido em Lesbos pelo arcebispo ortodoxo de Atenas, Jerónimo II, pelo patriarca ecuménico de Constantinopla (Igreja Ortodoxa), Bartolomeu, e pelo primeiro-ministro da Grécia, Alexis Tsipras.

Após a cerimónia oficial de boas-vindas, Francisco e Tsipras encontraram-se em privado, tendo o chefe do governo helénico sublinhado o “peso” que a crise dos refugiados tem representado para o país.

O Papa, por sua vez, explicou que a viagem visa “agradecer ao povo grego pela sua generosidade”, que tem sido oferecida “corajosamente”.

A Grécia, prosseguiu, tem dado “exemplo de humanidade”.

No tradicional telegrama enviado a Sergio Mattarella, presidente da Itália, ao deixar o país, Francisco explicou que visita Lesbos para “levar conforto a tantos refugiados”.

Durante o voo, o Papa recordou ainda o 89.º aniversário do seu predecessor, Bento XVI.

A visita humanitária e ecuménica a Lesbos, como foi definida pelo Vaticano, tem uma duração prevista de cinco horas, incluindo uma visita ao campo de refugiados de Mória e uma homenagem aos migrantes que morreram no mar.

(Com Ecclesia)

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