Papa Francisco recorda cristãos perseguidos e alerta para «mundanismo» na Igreja

Sumo Pontifice inicia celebrações da Semana Santa com reflexão sobre a humildade

O Papa iniciou hoje no Vaticano as celebrações de Semana Santa, neste Domingo de Ramos, com uma reflexão em que recordou os cristãos perseguidos e alertou para o “mundanismo” que afasta a Igreja da “humildade” de Jesus.

“Há outro caminho, contrário ao caminho de Cristo: o mundanismo. O mundanismo oferece-nos o caminho da vaidade, do orgulho, do sucesso… É o outro caminho”, precisou, na homilia da Missa a que presidiu, perante milhares de pessoas reunidas na Praça de São Pedro.

Francisco elogiou, a este respeito, o exemplo de fé dado por “tantos homens e mulheres que em cada dia, no silêncio e escondidos, renunciam a si mesmos para servir os outros: um familiar doente, um idoso sozinho, uma pessoa deficiente, um sem-abrigo”.

“Pensamos também na humilhação das pessoas que, pela sua conduta fiel ao Evangelho, são discriminadas e pagam na própria pele. E pensamos ainda nos nossos irmãos e irmãs perseguidos porque são cristãos, os mártires de hoje: não renegam Jesus e suportam, com dignidade, insultos e ultrajes”, prosseguiu

A intervenção apresentou a humildade como o “estilo de Deus e do cristão”.

“Nesta semana, a Semana Santa, que nos leva à Páscoa, caminharemos por esta estrada da humilhação de Jesus. E só assim será «santa» também para nós”, afirmou.

A celebração começou no centro da praça, junto ao obelisco, onde o Papa abençoou as palmas e ramos de oliveira, seguindo depois em procissão para o altar.

Francisco evocou vários dos momentos que são celebrados ao longo da Semana Santa, a “estrada da humilhação de Jesus”, que sofreu “o desprezo dos chefes do seu povo e as suas intrigas”, a “traição de Judas”, a prisão “como um malfeitor” e o abandono dos discípulos.

Cristo, “conduzido perante o Sinédrio, condenado à morte, flagelado e ultrajado”, passou ainda pela negação de Pedro e os “gritos da multidão”, que prefere libertar Barrabás.

“Este é o caminho de Deus, o caminho da humildade. É a estrada de Jesus; não há outra. E não existe humildade sem humilhação”, sublinhou o Papa.

Francisco sustentou que a humildade também quer dizer “serviço, significa dar espaço a Deus despojando-se de si mesmo, «esvaziando-se»”.

“Este esvaziamento é a maior humilhação”, declarou.

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