Papa lembra vítimas da guerra, da fome e das epidemias

Bênção «urbi et orbi» deixa mensagem de esperança para humanidade a partir da fé na ressurreição de Jesus.

O Papa Francisco deixou hoje no Vaticano um apelo à paz, aludindo aos focos de conflitos que atingem a humanidade, à fome e ao tráfico de seres humanos.

 

 

“Pedimo-vos, Jesus glorioso, que façais cessar toda a guerra, toda a hostilidade grande ou pequena, antiga ou recente”, pediu, na sua mensagem pascal, proferida antes da bênção ‘urbi et orbi’ [à cidade (de Roma) e ao mundo], desde a varanda central da Basílica de São Pedro.

 

Neste contexto, o Papa recordou a situação na Síria, rezando para que “quantos sofrem as consequências do conflito possam receber a ajuda humanitária necessária” e as partes em conflito deixem de “usar a força para semear morte, sobretudo contra a população indefesa, mas tenham a audácia de negociar a paz”.

 

Num ano em que cristãos do Ocidente e do Oriente celebram a Páscoa no mesmo dia, Francisco apelou à pacificação na Ucrânia.

 

“Que todas as partes interessadas, apoiadas pela Comunidade internacional, possam empreender todos os esforços para impedir a violência e construir, num espírito de unidade e diálogo, o futuro do país”, declarou.

 

O Papa pediu “a reconciliação e a concórdia fraterna” na Venezuela, saudou o reinício das negociações entre israelitas e palestinos e rezou pelas “vítimas da violência fratricida no Iraque”.

 

A intervenção destacou ainda vários conflitos em curso no continente africano e as populações atingidas pela epidemia de ébola na Guiné Conacri, Serra Leoa e Libéria, bem como os que são afetados por “tantas outras doenças, que se difundem também pela negligência e a pobreza extrema”.

 

“Que se ponha fim aos combates na República Centro-Africana e que cessem os hediondos ataques terroristas nalgumas zonas da Nigéria e as violências no Sudão do Sul”, prosseguiu Francisco.

 

O Papa rezou ainda pelo fim da “chaga da fome, agravada pelos conflitos e por um desperdício imenso” de que muitos são “cúmplices”.

 

“Tornai-nos capazes de proteger os indefesos, sobretudo as crianças, as mulheres e os idosos, por vezes objeto de exploração e de abandono”, acrescentou.

 

Francisco lembrou os emigrantes, os que não têm liberdade religiosa e todos os que hoje não podem celebrar a Páscoa com os seus entes queridos “porque foram arrancados injustamente dos seus carinhos, como as numerosas pessoas, sacerdotes e leigos, que foram sequestradas em diversas partes do mundo”.

 

A mensagem começou com uma reflexão sobre a importância da ressurreição para as comunidades católicas.

 

“Este acontecimento está na base da nossa fé e da nossa esperança: se Cristo não tivesse ressuscitado, o cristianismo perderia o seu valor; toda a missão da Igreja via esgotar-se o seu ímpeto, porque dali partiu e sempre parte de novo”, precisou o Papa.

 

“Em Jesus, o Amor triunfou sobre o ódio, a misericórdia sobre o pecado, o bem sobre o mal, a verdade sobre a mentira, a vida sobre a morte”, acrescentou.

 

Segundo Francisco, esta mensagem deve iluminar cada situação humana “marcada pela fragilidade, o pecado e a morte”, num testemunho de “amor gratuito e fiel”.

 

“É sair de si mesmo para ir ao encontro do outro, é permanecer junto de quem a vida feriu, é partilhar com quem não tem o necessário, é ficar ao lado de quem está doente, é idoso ou excluído”, desafiou.

 

Francisco concluiu com uma oração a Jesus e votos de “boa Páscoa”.

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