Pe Paulo Borges sublinha “sinais de abertura” da Igreja para adequar respostas a questões “mais fraturantes”

Sacerdote açoriano participou na XXXVII Semana Bíblica Nacional

“Há cada vez mais portas abertas” para que a Igreja “saiba e consiga” dar resposta ao problema concreto de muitas famílias cristãs e esse é “um sinal muito positivo” disse ao Portal da Diocese o responsável diocesano pela Pastoral da Saúde, Pe Paulo Borges, no final dos trabalhos da XXXVII Semana Bíblica Nacional, que acabam de terminar em Fátima.

Tendo como ponto de partida “A Bíblia como Evangelho da Família” e de olhos postos no instrumento de trabalho que estará em análise na primeira assembleia extraordinária do Sínodo sobre a Família, que decorre em Roma, no próximo mês de outubro, os biblistas nacionais discutiram problemas relacionados com a educação, a natalidade, a coesão e a estabilidade em família à luz do Evangelho e como é que ele pode “dar uma resposta ao problema concreto de cada um”.

“Embora não tenham existido grandes novidades morais ou teológicas no que respeita à doutrina da igreja sobre a família há portas abertas que fazem pensar que poderemos adequar a nossa resposta áquilo que são os problemas concretos das pessoas”, sublinhou o Pe Paulo Borges.

O sacerdote destaca as questões “mais fraturantes” que se colocam sobre a família mas que são “também as mais frequentes” para as quais “temos de ter uma resposta”, como seja o problema do divórcio, das uniões de facto, do segundo casamento, da comunhão aos recasados, entre outros.

E dá como exemplo as soluções encontradas pela igreja cristã do oriente que “encontrou uma resposta concreta” para estes problemas e, por isso” porque é que não podemos olhar para ela e também nós evoluirmos neste sentido?”, diz Paulo Borges.

“Por exemplo dar uma segunda oportunidade a quem se divorcia por razões variadas mas que quer continuar a seguir a vida da igreja é uma abertura que a igreja católica tem de ponderar, seja através da celebração de um segundo matrimónio seja através de uma bênção especifica”, refere o sacerdote.

“O importante é que a igreja saiba ler o seu tempo, ler a sua história e adequar, dentro daquilo que são os seus valores fundamentais e doutrinais, as melhores respostas em cada momento e estas jornadas mostraram que a igreja está disponível”, conclui Paulo Borges que, numa leitura “estritamente pessoal”, sublinha que ninguém “pode ser ingénuo ao ponto de esperar que, a partir do Sínodo, tudo mude nas posições da Igreja”.

Paulo Borges destaca a importância do modelo tradicional de família, assente numa relação de amor entre um homem e uma mulher e lembra que o principal desafio que se coloca é a compreensão e vivência do Evangelho a partir da “tradição bíblica”.

As questões da família à luz do Evangelho vão dominar também a semana bíblica de São Miguel que se realizará no final do mês de novembro.

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