Prática religiosa da ilha Terceira não condiz com matriz açoriana, refere bispo de Angra

D. João Lavrador terminou este domingo visita pastoral à ouvidoria da Terceira

A simpatia e a aceitação que a igreja merece quer das pessoas quer das instituições “não coincide” com a “baixa” prática religiosa dos terceirenses e esse “é um desafio pastoral” que se coloca diariamente à Igreja, refere o bispo de Angra em jeito de balanço à visita pastoral à ouvidoria da Terceira, que acaba de realizar.

D.João Lavrador percorreu as cinco zonas da ouvidoria da ilha Terceira naquela que foi a sua primeira visita pastoral como prelado a uma ouvidoria para “conhecer, animar e projectar” a vida das diferentes comunidades.

Em declarações ao Igreja Açores, o prelado reconhece que “há dificuldades” apesar do “manancial muito grande que a igreja local oferece, com leigos muito empenhados e que se esforçam por dar o seu melhor”.

O bispo de Angra elenca quatro dificuldades: “um laicismo progressivo que invade a sociedade e confronta a igreja”; “uma prática religiosa dominical muito baixa” ; “uma consciência difusa sobre a necessidade do compromisso  com a vida comunitária” e “um distanciamento entre a religiosidade popular e a vida cristã”.

Por isso, o prelado diocesano sublinha que “há um trabalho permanente de auscultação de uma cultura que desafia sitematicamente a igreja na sua ação pastoral” que “não nos pode deixar acomodar”.

“A vida da fé assenta na participação na Eucaristia e no compromisso com a vida da comunidade pois  sem comunidade não haverá experiência de fé”, precisa o prelado.

Por outro lado D. João Lavrador está preocupado com “o distanciamento” entre a religiosidade popular e a vida cristã.

“A religiosidade popular é um campo fértil mas que precisa de ser amplamente evangelizado pois de pouco servirá haver uma devoção tão grande ao Espírito Santo se depois não houver  uma participação na Eucaristia . É para aí que o Espírito Santo encaminha, fazendo comunhão e partilha de dons”.

Entre as dificuldades o prelado fala ainda das “necessidades sociais” que são gritantes e às quais as paróquias vão respondendo” mas, alerta, “é preciso mais”, sobretudo nas zonas urbanas onde “há mais problemas”.

O bispo de Angra visitou todas as paróquias da ouvidoria da Terceira desde o passado mês de outubro.

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