“Precisamos de ter mais entusiasmo pela liberdade” diz ouvidor de Ponta Delgada

Foto: Igreja Açores/CR

Padre Marco Sérgio Tavares presidiu à festa de São Sebastião, um dos dois patronos da cidade de Ponta Delgada, com Santo André

A Igreja Matriz de Ponta Delgada celebrou este domingo a festa de São Sebastião, padroeiro da cidade. Na homilia da Missa da festa, o ouvidor, padre Marco Sérgio Tavares desafiou os cristãos  a “encher a cidade” com o “perfume da liberdade”.

“Tenhamos confiança, aprendamos a rezar, levantemo-nos e vamos como São Sebastião encher a nossa cidade do perfume de oração, de unção, de comunhão e compaixão” disse o sacerdote, que atualmente é pároco em Santa Clara e em São Roque.

“Há um  momento novo a nascer, uma cidade nova a sonhar;  é preciso subir  na escala porque o reino de Deus não fica de fora da cidade do homem, mas dá um sentido novo às nossas vicissitudes históricas” afirmou.

“Nós os cristãos não estamos fora da ordem humana; a consciência do vazio não nos faz perder o compromisso. O mundo passa, nós não negamos o seu valor mas simplesmente não negamos o absoluto: nem o desespero nem o entusiasmo, nem a apatia nem o consumismo, nem a indiferença nem a alegria, nem o desprezo nem a idolatria, nem a escravidão nem a vida irresponsável. Nós não somos aqueles que têm a visão dualista da realidade humana nem a ambiguidade no compromisso”, referiu ainda o sacerdote.

“Nós não somos gente que rejeita indiscriminadamente nem tão pouco que viva alienação” enfatizou lembrando  “os mártires” que  “duram e continuam a ser às saídas das portas das catedrais e de tantas matrizes, de tantas igrejas, homens e mulheres livres”.

“No País que daqui a dias celebra 50 anos de democracia e liberdade, nós os cristãos precisamos de ter mais entusiasmo pela liberdade, introduzir na nossa vida o registo da transcendência e assim iremos compor um grande cântico, um cântico genuíno de esperança”, concluiu.

Nas breves palavras dirigidas à assembleia, que enchia por completo a Igreja Matriz e pela primeira vez nesta festa, o cónego Adriano Borges, atual pároco, lembrou que a Igreja é um monumento classificado, “cartaz turístico da cidade” que precisa de uma intervenção que seja mais do que cosmética.

“Muito há a fazer: há questões estruturais como a cobertura. È precisa uma intervenção com urgência. Contamos com a ajuda de todos”, referiu apelando à generosidade das forças vivas da paróquia, incluindo a comunidade paroquial.

São Sebastião lutou contra a peste, a forme e a guerra. Foi um grande evangelizador junto aos outros militares e uma presença importante junto àqueles que eram presos pelo império romano. São Sebastião defendeu a fé até as últimas consequências.

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