Presidente do Instituto Católico de Cultura sai em defesa da caminhada sinodal diocesana

Monsenhor Constância afirma que a caminhada sinodal “não é uma moda”, mas “o caminho da nossa Igreja”

O Presidente do Instituto Católico de Cultura sai em defesa publica da Caminhada Sinodal iniciada neste ano pastoral 2019-2020 e sublinha a importância deste caminho como forma de encontrar respostas da Igreja para o mundo de hoje, “ferido” pela pandemia.

Num artigo publicado esta sexta-feira no sítio Igreja Açores, o terceiro de uma série de cinco que têm vindo a ser publicados neste mesmo espaço, e nos quais reflete sobre a história da diocese a partir de uma visão pastoral, Monsenhor José Medeiros Constância lembra que esta caminhada surge na sequência dos vários apelos do Papa Francisco mas sobretudo dos ventos do Concilio Vaticano II e que, embora, “não tenha sido fácil no inicio” será “um acontecimento inevitável”.

“As razões eclesiológicas e pastorais apresentadas fundamentam assim a nossa caminhada sinodal, que não é uma moda, mas sim o caminho da nossa Igreja, nestes anos, nesta década de 2020 e na reta final que nos vai levar à celebração dos quinhentos anos da vida da nossa Diocese., refere.

“A ideia da celebração de um Sínodo Diocesano nos Açores colocou-se várias vezes e pelo menos duas de uma maneira especial e relevante” esclarece ainda ao destacar que se trata de “um acontecimento inevitável, tem sido adiado, para que se criem as condições básicas para que ele não seja um mero evento diocesano”.

A partir de três questões, que dão título ao artigo- “Caminhada  Sinodal: Porquê, para quê e como” o presbítero, que faz parte da Comissão Diocesana que coordena esta caminhada, frisa que a sinodalidade dentro da Igreja faz parte do seu ADN e que, a partir do Papa Francisco, entrou numa fase “mais explícita, participada, decisiva e decidida, sobretudo com os Sínodos da Família, dos Jovens e da Amazónia e, e por isso “somos convidados a compreender e a aprofundar a Sinodalidade.”

“Realizamos a nossa Caminhada Sinodal, cada dia, cada semana, cada mês, cada ano, nas diferentes instâncias da diocese para evangelizarmos melhor hoje as nossas ilhas” alerta destacando que o contexto pandémico atual, em que tudo muda a um ritmo acelerado, a proposta deste caminho sinodal “tem como finalidade um trabalho de conjunto e concertado, para que o Evangelho tenha seguidores hoje e transforme cristãmente este mundo.”

E, acrescenta: a “Caminhada Sinodal dá-se para que vencendo egoísmos pessoais, clericalismos exacerbados, paroquialismos vaidosos e protagonismos artísticos, entremos todos, num trabalho com o testemunho daquilo que a Igreja é”.

No entanto, Monsenhor José Constância adverte: “não se dará nenhuma Caminhada Sinodal se não houver uma conversão a esta mentalidade e estilo de trabalho em conjunto, o como implica conversão pastoral”. E finaliza o artigo com uma expetativa: “Que a rapidez da difusão deste vírus nos dê um toque para mudar tudo e todos neste estilo sinodal na nossa Igreja que é toda sinodal”.

A diocese de Angra iniciou no passado mês de outubro a caminhada sinodal sob o lema a “Beleza de caminharmos juntos em Cristo” e no próximo dia 2 de outubro realizará uma assembleia diocesana juntando pela primeira vez os membros dos conselhos Pastoral Diocesano e Presbiteral para refletirem em conjunto sobre os passos a dar na sequência dos trabalhos desenvolvidos este ano de auscultação das bases da estrutura diocesana, desde conselhos paroquiais, a movimentos, institutos e congregações religiosas até aos conselhos pastorais de ouvidoria.

A partir da análise a três aspectos-  a cultura do mundo de hoje, a situação da igreja no arquipélago e um diagnóstico da situação social e económica dos açorianos- os conselheiros irão debater a forma como a Igreja se poderá organizar para dar respostas concretas aos problemas concretos existentes no arquipélago procurando sempre trilhar novos caminhos de evangelização.

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