Santa Sé descarta «novas diretivas» para celebração da Missa

Altar no centro da celebração continua a ser a norma

A Sala de Imprensa da Santa Sé publicou uma nota de esclarecimento em relação à divulgação de notícias sobre alegadas “novas diretivas” do Vaticano em relação à celebração da Missa.

O tema surgiu na imprensa e nas redes sociais após uma conferência realizada em Londres pelo cardeal Robert Sarah, prefeito da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos (Santa Sé), em que se sugeria que a orientação ‘versus Orientem’ (com o celebrante virado na mesma direção da assembleia e não de frente para a mesma).

“O cardeal Sarah sempre se preocupou, com razão, pela dignidade da celebração da Missa, exprimindo-se adequadamente sobre o comportamento de respeito e adoração pelo mistério eucarístico. Algumas das suas expressões foram, no entanto, mal interpretadas, como se anunciassem novas indicações”, refere a nota do Vaticano.

O comunicado oficial sublinha que a Instrução Geral do Missal Romano, que contém as normas relativas à celebração eucarística, “ainda está em pleno vigor”.

O número 299 desde documento orientador precisa que “onde for possível, o altar principal deve ser construído afastado da parede, de modo a permitir andar em volta dele e celebrar a Missa de frente para o povo”.

A Sala de Imprensa da Santa Sé recorda que o Papa Francisco já teve ocasião de visitar a Congregação para o Culto Divino e recordou “expressamente” que a forma “ordinária” da celebração da Missa é a prevista pelo Missal promulgado por Paulo VI (1970).

A forma ‘extraordinária’, que foi permitida pelo Papa Bento XVI com o Motu Proprio ‘Summorum Pontificum’ (2007), “não deve tomar o lugar da ‘ordinária’”, acrescenta a nota.

O comunicado oficial conclui com o esclarecimento de que “não estão previstas novas orientações litúrgicas a partir do próximo Advento, como alguns erroneamente deduziram de algumas palavras do cardeal Sarah”.

“É melhor evitar o uso da expressão ‘reforma da reforma’, referindo-se à Liturgia, devido ao facto de, por vezes, ser fonte de mal-entendidos'”, acrescenta o texto.

Estas indicações foram manifestadas de novo “durante uma recente audiência concedida pelo Papa ao cardeal prefeito da Congregação para o Culto Divino”.

O Rito de São Pio V, que a Igreja Católica usava até à reforma litúrgica de 1970 (com algumas modificações, a últimas das quais datada de 23 de junho de 1962) foi substituído pela Liturgia do “Novus Ordo” aprovada como resultado da reforma litúrgica do Concílio Vaticano II.

(Com Ecclesia)

Scroll to Top