Seminários desafiados a formar discípulos para a missão da Igreja de hoje

10Semana dos Seminários realiza-se entre 11 e 18 de novembro. Na diocese de Angra,  levará os seminaristas às diferentes ilhas

Os seminaristas do Seminário de Angra vão estar em missão em várias ilhas no próximo mês de novembro durante a Semana dos Seminários, que se realiza entre 11 e 18 de novembro, sobre o lema “Formar discípulos missionários”.

Um ano depois de ter desenvolvido todos os materiais para a Semana Nacional, o Seminário de Angra volta a estar no terreno concreto da evangelização enviando todos os seus alunos, à excepção dos quatro que frequentam o ano zero, para diferentes comunidades para se dar a conhecer e testemunhar o sentido da vocação sacerdotal.

Este ano, a semana é vivida de acordo com o novo documento da Congregação do Clero, Ratio fundamentalis institutionis sacerdotalis, que aponta para a missão fundamental destas instituições na formação  de “discípulos missionários, enamorados do Mestre, pastores com o cheiro das ovelhas, que vivam no meio delas para servi-las e conduzi-las à misericórdia de Deus” refere D. António Augusto Azevedo, presidente da Comissão Episcopal das Vocações e Ministérios na mensagem para esta semana, a que o Igreja Açores teve acesso.

O bispo auxiliar do Porto, que já foi reitor do Seminário Maior diocesano da invicta, lembra o papel da família e da comunidade no despertar das vocações mas sublinha de forma especial o papel dos Seminários no acompanhamento e no amadurecimento dos jovens candidatos ao sacerdócio.

“A formação inicial feita no seminário é indispensável para o sacerdócio e representa um caminho belo e exigente de amadurecimento humano, preparação intelectual, aprofundamento espiritual e sobretudo de configuração com Cristo”, refere.

O prelado afirma mesmo na sua mensagem para esta semana que os seminários têm de ser capazes de formar “ discípulos para a missão da Igreja de hoje”, uma missão que deve ser desenvolvida  de forma “exemplar e dedicada”.

A Semana dos Seminários “é momento especial para olhar com mais atenção e cuidado para esta importante realidade da vida da Igreja” esclarece D. António Augusto Azevedo destacando “a gratidão” pelo “imenso e fecundo” trabalho desenvolvido pelos vários seminários  de forma “discreta e efetiva”.

“Confrontada com os desafios colocados pela sociedade e a cultura de hoje, a missão da Igreja exige sacerdotes bem formados, chamados a ser “evangelizadores com espírito” e testemunhas da santidade de Deus”.

Finalmente a mensagem deixa ainda uma interpelação direta aos próprios seminaristas: “é ao próprio seminarista que cabe a atitude decisiva de se dispor a ser um verdadeiro discípulo, capaz de sair de si mesmo, e na docilidade ao Espírito, caminhar em Cristo, em direção ao Pai e aos outros”.

O Seminário Episcopal de Angra tem 20 alunos, quatro dos quais entraram este ano. Foi inaugurado no dia 9 de Novembro de 1862 no Convento de S. Francisco de Angra, passados 328 anos da fundação da Diocese.

Dava-se assim cumprimento à norma tridentina e ao desejo do clero quanto à fundação de um Seminário nesta Diocese.

No entanto, já um século antes D. Frei José da Avemaria, bispo de Angra, exigia que “sem a competente certidão de frequência, aproveitamento e capacidade dos pretendentes, não podiam ser admitidos às Ordens, neste bispado…”.

Volvidos 153 anos o Seminário Episcopal de Angra, formou diversas gerações de alunos. E, daqui saíram sete bispos e praticamente todos os sacerdotes açorianos. O reconhecimento do trabalho do Seminário foi uma realidade em 2015 com a atribuição da Insígnia da Ordem de Mérito pelo Presidente da República, para além da Medalha de Ouro do Município de Ponta Delgada e do Diploma de Reconhecimento, da Câmara de Angra do Heroísmo.

Por outro lado, foi a principal e única escola de formação superior de centenas de homens que influenciaram a cultura e a sociedade açorianas.

Antes da criação da Universidade dos Açores, esta era a única Instituição de ensino superior do Arquipélago.

À sombra do Seminário nasceu o Instituto Açoriano de Cultura, que promoveu as Semanas de Estudo dos Açores, um dos momentos mais altos de reflexão política, social, cultural e económica dos Açores e alguns dos fundadores da própria Universidade ensinaram no Seminário.

O esforço por uma formação de qualidade constitui, de resto, uma das marcas distintivas desta Instituição.

O aniversário do Seminário precede a Semana dos Seminários e por isso as atividades são muitas com deslocação a escolas, aulas de catequese, vigílias de oração, entre outros.

 

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